Atingidos ocupam latifúndio em Rondônia

No MAB

Na madrugada de hoje (6), 100 famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica de Samuel ocuparam a fazenda Três Casas, localizada no distrito de Triunfo, município de Candeias do Jamary (RO). A área compreende milhares de hectares de terra improdutiva, utilizada no passado para manejo de madeira. A proprietária da fazenda não vive em Rondônia, mas em São Paulo, e também é dona de uma rede de farmácias.

De acordo com o integrante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Miqueias, as famílias atingidas cansaram de esperar a Eletronorte e o governo Federal resolver o passivo histórico. “São 30 anos que essas famílias esperam por seus direitos. Elas têm direitos e vamos lutar por eles, ocupar, resistir e produzir”, afirmou.

Os atingidos da Usina Hidrelétrica de Samuel foram expulsos da beira do Rio Jamari há 30 anos. As famílias foram para áreas que hoje formam dois municípios e um distrito, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e Triunfo. Há uma enorme dívida social devido a construção da hidrelétrica, como as mais de mil famílias que ainda permanecem sem-terra, falta ou baixa qualidade de energia elétrica na região, problemas de saneamento com a elevação do lençol freático, falta de infra-estrutura para a produção camponesa, além da falta de acesso a direitos básicos como saúde e educação.

A Usina de Samuel foi construída no período de ditadura militar, quando a população atingida foi expulsa sem receber seus direitos. Desde então as famílias seguem na luta para recuperar os direitos negados.

O acampamento leva o nome da militante do MAB assassinada, Nilce de Souza Magalhães, a Nicinha, em homenagem a sua história de luta e resistência.

Que a justiça seja feita e Nicinha seja justiçada!

TERRA SIM! BARRAGEM NÃO!

ÁGUAS PARA A VIDA E NÃO PARA A A MORTE!

Imagem: Reprodução do MAB.

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