A mostra conta a vida de Lélia Gonzalez, destaque na luta contra o preconceito. Evento é organizado pelo Instituto da Mulher Negra e oferece atividades
Do G1 PI
No dia da mulher negra, celebrado nesta segunda-feira (25), uma exposição na Casa da Cultura de Teresina tem como objetivo dar espaço para debates sobre a dura realidade deste grupo na sociedade. A amostra conta a história de Lélia Gonzalez, que foi professora, política e uma das primeiras do Brasil a lutar contra o preconceito racial.
Décadas de luta contra o preconceito racial e violência as mulheres negras no país são contadas em poucos capítulos na exposição. Lélia Gonzalez nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, mas morou a vida inteira no Rio de Janeiro. Ela foi a responsável por abrir às portas para discussões importantes jamais vistas na sociedade, faleceu em 1994, mas deixou milhares de admiradores.
A amostra é organizada pelo Instituto da Mulher Negra e oferece um mix de atividades. A organizadora da exposição, Ana Patrícia Barros, ressaltou que pretende mostrar um pouco do histórico na luta do feminismo negro.
“É uma batalha que vem de muitos anos e lutando para um reconhecimento. Existem avanços, cada dia mais você ver as mulheres negras empoderadas e se empoderando do real valor, e o seu posicionamento dentro da sociedade”, destacou Ana Patrícia.
Quem tem a mesma história, a mesma cor, admira a cada foto frases expostas no salão por vários motivos. A estudante Lara Danuta lembrou da história dos negros, pouco contada nos livros.
“Hoje a gente compartilhar o que a gente vive. Queremos também falar sobre união, ancestralidade, lembrando do nosso passado, aquilo que os livros de história não trazem, porque eles só contam sobre a nossa escravidão, como a nossa vida foi sofrida. Nós queremos mostrar a nossa resistência, porque não foi uma princesa que nos liberou, fomos nós mesmos”, destacou a estudante.
No meio da exposição, personagens reais de luta contra racismo podem ser vistos. Vilma Alves foi a primeira negra e delegada do Piauí. Ela combate o preconceito de forma incansável, tem orgulho da cor e de ter salvado certezas de mulheres no estado.
“Uma mulher negra, como eu, que assume toda a vida a sua cor, eu me acho uma personagem forte da minha cidade, do meu estado. Sou a primeira mulher negra delegada do Piauí. Isto eu tenho consciência de enfrentar a minha negritude com amor, com prazer e dizer: sou negra sim e com prazer, porque eu me amo!”, declarou Vilma.