Conflitos no Campo no Mato Grosso em 2015 crescem 68% em relação a 2014

A Comissão Pastoral da Terra – Mato Grosso (CPT-MT) lança nesta quarta-feira (27) a publicação ‘Conflitos no Campo Brasil 2015’ e denuncia o aumento da violência no campo mato-grossense.

CPT

Com a publicação Conflitos no Campo Brasil 2015, a qual está na sua 31° edição, se propõe registrar os conflitos em que estão envolvidas pessoas e famílias de trabalhadores e trabalhadoras do campo, e as mais diversas categorias de camponeses deste imenso Brasil.

 E deste registro identificou-se que nos últimos 20 anos no Mato Grosso ocorreram:

–  767 ocorrências de conflitos por ocupação e posse, envolvendo 155.655 famílias;

– 20.886 famílias despejadas;

–  53 assassinatos

– 8.524 trabalhadores identificados em situação de escravidão.

 A grande marca destes últimos anos de conflitos e violência é a impunidade:

– De 1985 até 2015, já são 125 assassinatos, somente em MT. Nenhum mandante ou jagunço foi preso;

– 8.524 trabalhadores identificados em situação de escravidão. Nenhum escravagista preso.

DADOS DE 2015:

Em 2015, o número de conflitos no campo registrado pela CPT em MT foi de 55 ocorrências. Envolvendo 6.251 famílias: 286% de famílias a mais que em 2014.

O que sobressai em 2015 é o aumento da violência privada e estatal sobre os povos do campo.

Em comparação a 2014, em que houve um aumento de: 745% das famílias despejadas; 637% dos casos de pistolagem; 118% da violência contra a pessoa, em relação às pessoas envolvidas; 128% das pessoas identificadas em situação de escravidão.

O Estado – com seu Executivo, Legislativo, Judiciário e aparelho repressivo – se demostra violento e opressor contra as práticas sociais e contra o povo pobre do campo negando-lhes a Reforma Agrária e utilizando-se do poder apenas para beneficiar os latifundiários e o agronegócio.

Imagem: Thomas Bauer

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