Jornada de Agroecologia discute ameaças do fracking

Mais de 3 mil pessoas participaram da 15ª Jornada de Agroecologia que terminou neste sábado (30) na cidade da Lapa, a 70 km de Curitiba. Foram ofertadas 40 oficinas sobre experiências agroecológicas e seminários temáticos sobre agrotóxicos, sementes, educação no campo e soberania ambiental. A 350.org e a Coesus – Coalizão Não Fracking Brasil estiveram presentes, abordando as ameaças que o Fracking traz para a agricultura e a necessidade de adesão à Campanha contra a exploração do gás do xisto.

Foram debatidos os efeitos nocivos à água e ao solo, que, após a exploração pelo Fracking ficam contaminados e impróprios para a produção de alimentos e agropecuária. O resíduo gerado é radioativo e pode desertificar regiões. Na Argentina, produtores sofreram os efeitos do Fracking depois que Europa deixou de comprar as maçãs por temor de contaminação.

 “No Brasil, por causa da geologia, há um risco sério de contaminação. As principais jazidas de gás estão na camada de rochas na bacia do Paraná, debaixo das rochas do aquífero Guarani, o maior do mundo”, lembra Juliano Bueno de Araújo, fundador e coordenador nacional da COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil.

 O Fracking é um processo ambientalmente destrutivo usado para extrair gás metano da rocha de xisto que se encontra no subsolo. É perfurado um poço profundo e são injetados milhões de litros de água misturados a centenas de produtos tóxicos e cancerígenos e toneladas de areia a uma pressão alta o suficiente para fraturar a rocha e liberar o gás.

“O Fracking ameaça de forma devastadora quem vive de agricultura. Torna o solo infértil para o plantio e para a pecuária. Vai na contramão de qualquer projeto de agroecologia. Temos que impedir que a exploração chegue aqui e no Brasil inteiro”, alerta a diretora da 350.org Brasil, Nicole Figueiredo de Oliveira.

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