Empresário é denunciado por usar trabalho escravo para grilar terras públicas

Renata Martins – EBC

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou oito pessoas por trabalho escravo no Pará. O empresário Antonio José Junqueira Vilela Filho, o AJ Vilela, e seu cunhado, Ricardo Caldeira Viacava, estão entre os denunciados.

Ambos estão presos há mais de um mês, depois que o MPF e Polícia Federal (PF) desencadearam a Operação Rios Voadores. Eles estão sendo processados por danos ambientais e investigados por crimes como desmatamento e grilagem de terras públicas.

Em abril de 2014, o Ibama localizou 11 acampamentos de trabalho semelhante a escravo nas proximidades de uma terra indígena, em Altamira.

De acordo com a denúncia enviada à Justiça Federal, 40 trabalhadores estavam na área derrubando a mata, trabalhando de 4h30 até o fim do dia, durante dois meses. Eles eram contratados por um aliciador de trabalhadores, função conhecida como gato.

Antes de iniciarem aos trabalhos, eles contraíam dívida com o aliciador pela compra da motosserra, que deveria ser paga em horas de trabalho. As pessoas também eram vigiados e ficavam em áreas de trabalho de difícil acesso.

Durante as investigações, um dos trabalhadores afirmou que a área em que eles estavam trabalhando seria de uma pessoa conhecida por Vilela. Para o MPF, o nome citado é do empresário AJ Vilela.

Os procuradores acreditam que ele montou um esquema para transformar florestas públicas federais em latifúndios, utilizando mão de obra semelhante à de escravos.

Se condenados, os acusados podem pegar penas de até 110 anos de prisão. A reportagem entrou em contato com a defesa de AJ Vilela, mas não teve retorno dos advogados até o fechamento desta matéria.

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