Por CPTNE2, na Campanha Contra os Agrotóxicos e Pela Vida
A camponesa Maria Francisca, conhecida internacionalmente por ser a protagonista do documentário “A Cerca da Cana” vive em 2 hectares de terra farta cercada pelos incalculáveis hectares de cana-de-açúcar pertencentes à Usina Petribú. Localizado no município de São Lourenço da Mata/PE, o Engenho Tiuma, onde a camponesa vive e trabalha, é farto de macaxeira, milho, quiabo, alface, laranja, coco, banana, jaca, jambo, noni, cajá, caju, pitanga, pitomba, carambola, limão. Todos produzidos de modo agroecológico. No entanto, na manhã de ontem, 28/07/2016, Maria Francisca foi surpreendida com um avião da usina Petribú que fazia pulverização de veneno pela área e passou várias vezes por cima de suas lavouras e fruteiras.
De acordo com a camponesa, a pulverização começou por volta das 7h e se estendeu até as 10h. No momento em que, por telefone, fazia a denúncia à CPT, era possível escutar o som do avião a um volume bastante alto. Segundo a agricultora, o veneno é utilizado para acelerar a maturação da cana-de-açúcar, uma vez que o período de moagem se aproxima (agosto).
Maria Francisca recorda que a última vez em que houve pulverização de veneno na área, sua plantação foi atingida e a camponesa experimentou prejuízos que são sentidos até hoje. Á época perdeu mais de 20 cachos de banana, os cocos secaram, as jacas murcharam e caíram. Desde então seus “coqueiros e jaqueiras nunca foram os mesmos”, conforme comenta a trabalhadora. Ela acrescenta ainda que outros tipos de veneno já foram pulverizados em cima de sua lavoura, a exemplo do Rround Up, da Monsanto, que resultou na morte de toda a sua plantação de macaxeira. A camponesa e a assessoria jurídica da CPT irão buscar os órgãos responsáveis para que sejam tomadas as medidas cabíveis.