Evento, que tem a parceria do Inhotim, reunirá 14 palestrantes para debate sobre preservação de bens culturais e as relações contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte
As atividades de comemoração dos 45 anos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) serão abertas oficialmente com o seminário “Patrimônio Cultural e Contemporaneidade: A preservação do patrimônio cultural e as noções contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte”. Nos dias 17 e 18 de agosto, o Iepha-MG, em parceria com o Instituto Inhotim, reunirá 14 especialistas entre gestores públicos, estudiosos e membros de comunidades tradicionais para um intenso debate que envolve a preservação dos bens culturais e as relações contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte.
Espaço público como lugar de experimentação, as percepções das comunidades que buscam preservar suas tradições, os desafios éticos e políticos dos processos de reconhecimento do patrimônio cultural na atualidade e as identidades quilombolas entre a tradição e a construção contemporânea, entre outros temas também serão tratados.
Em 17 de agosto, data em que se comemora o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, e o diretor executivo do Instituto Inhotim, Antonio Grassi, darão às boas-vindas aos participantes do seminário. Logo em seguida, o professor de antropologia da Unicamp, Antônio Augusto Arantes Neto, fará a conferência de abertura com o tema: a apropriação do patrimônio cultural na contemporaneidade. No mesmo dia, na parte da tarde, Regina Abreu, coordenadora do Observatório de Memória e Patrimônio do Sudeste, juntamente com o professor da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará, Alexandre Sequeira, e o jornalista e curador da galeria quartoamado, Bernardo Biagioni, falará sobre o desafio de acompanhar as transformações da cidade e dos seus coletivos.
Já no dia 18 (quinta-feira), o público contará com a participação de nove convidados. Pela manhã, o artista visual e bacharel em pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Daniel Murgel, ao lado de Marta Mestre, curadora do Instituto Inhotim e Augusto Albuquerque, gerente da Fundação Sacatar, dará início ao seminário com o tema “patrimônios em diálogo: arte contemporânea e paisagem”.
Estudos de caso das populações quilombolas também serão levados para debates durante o evento. Matosinha Silva e Antônio Cambão, das Comunidades Sapé e Marinhos, localizadas em Brumadinho, Raquel Novais, diretora executiva adjunta do Instituto Inhotim, Jorge Antonio dos Santos, representando os Arturos (Contagem-MG), Luis Mundim, gerente de Patrimônio Imaterial do Iepha-MG, se juntarão às Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) e à antropóloga da UFMG, Janine Bargas. Heitor Frúgoli, professor do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, ficará por conta do encerramento do seminário com o tema “patrimônio(s) e antropologia da cidade”.
A programação contará ainda com instalações artísticas que refletem sobre o processo de ressignificação e apropriação do patrimônio histórico que serão construídas pelos artistas Cleverson Salvaro e Victor Monteiro. As atividades acontecem na Praça da Liberdade, onde também haverá uma apresentação do grupo musical Cataventoré após o encerramento do evento no dia 18.
O seminário acontece no auditório do BDMG, em Belo Horizonte, tem entrada gratuita, e não é necessário realizar inscrição prévia.
O IEPHA-MG
Em abril de 1970, governadores, secretários estaduais da área cultural e representantes de instituições culturais se reuniram para discutir a complementação das medidas necessárias à defesa do patrimônio histórico e artístico nacional. Reconhecida a “inadiável necessidade de ação supletiva dos Estados e Municípios à atuação federal na proteção dos bens culturais”, entre outras medidas, foi recomendada a criação dos órgãos nessas esferas em apoio ao trabalho desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Coube ao então governador Rondon Pacheco determinar as providências referentes à criação, em Minas Gerais, do órgão estadual de proteção ao patrimônio histórico e artístico.
Criado em 30 de setembro de 1971, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, tem por finalidade pesquisar, proteger e promover os patrimônios cultural, histórico, natural e científico de interesse de preservação no Estado de Minas Gerais.
Mesmo ainda durante a sua estruturação operacional, o Iepha realizou um conjunto considerável de obras e 29 tombamentos. Em sua primeira fase de atuação, e em consequência do crescimento urbano de Belo Horizonte, a política de tombamentos conferiu nítida prioridade à capital do estado, que participou com um terço dos bens tombados, a começar pelo então Palácio da Liberdade. – sede da administração estadual – em 1975.
Atualmente, o Iepha conta com 139 bens tombados (entre igrejas, núcleos históricos, conjuntos paisagísticos e arquitetônicos, e outros), três bens culturais de natureza imaterial (o do Modo de Fazer do Queijo Artesanal do Serro; a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de Chapada do Norte e a Comunidade dos Arturos) e um inventário cultural (o Rio São Francisco).
Programação:
17 de agosto, quarta-feira
Local: Auditório BDMG
9h30 – Café de abertura
10h – Solenidade de abertura com Michele Arroyo, presidente do Iepha-MG, e Antônio Grassi, diretor executivo do Instituto Inhotim. Conferência de abertura: A apropriação do patrimônio cultural na contemporaneidade, com Antônio Augusto Arantes Neto, consultor de políticas culturais especializado em patrimônio cultural e professor titular convidado de antropologia da Unicamp.
14h – Mesa 1: Preservar e transformar: perspectivas de ressignificação do patrimônio cultural
Temáticas: As políticas públicas estão hoje diante do desafio de acompanhar as transformações da cidade e dos seus coletivos. As novas formas de olhar e reconhecer o patrimônio cultural vão além dos instrumentos de proteção e questionam as justificativas que levaram ao reconhecimento desse patrimônio. Espaços públicos, museus e lugares de memória são campos de disputa de interesses em projetos de renovação e construção de novas identidades. As formas de ação e participação na salvaguarda e na ressignificação do patrimônio são constantemente reinventadas.
Palestrante: Regina Abreu. Integrante do Conselho Estadual de Política Cultural do Rio de Janeiro e coordenadora do Observatório de Memória e Patrimônio do Sudeste.
Interlocutores:
– Alexandre Sequeira, artista e professor da Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal do Pará (UFPA).
– Bernardo Biagioni, poeta, jornalista e curador da galeria quartoamado, participou da Residência Artística Itatiaia (MG).
18h – Encerramento
18 de agosto, quinta-feira
Local: Auditório BDMG
10h – Mesa 2: Patrimônios em diálogo: arte contemporânea e paisagem
Temáticas: Intervenções de arte contemporânea propõem relações dialéticas entre apagamento e desvelamento da paisagem, entendida em seu sentido natural, social, cultural. De que forma projetos culturais de caráter experimental como residências, que estimulam o contato entre artistas e comunidades locais, ou intervenções artísticas contemporâneas realizadas diretamente no patrimônio edificado alteram ou ampliam a percepção das paisagens?
Palestrante: Daniel Murgel, artista visual, bacharel em pintura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Interlocutores:
– Marta Mestre, curadora do Instituto Inhotim.
– Augusto Albuquerque, gerente do Fundação Sacatar, que oferece bolsas de residência artística para profissionais de todas as nacionalidades, e advogado formado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
14h – Mesa 3: Patrimônios e lideranças quilombolas na contemporaneidade: Estudos de caso
– Comunidades Sapé e Marinhos: Matosinha Silva e Antônio Cambão, representantes das comunidades em Brumadinho(MG) e Raquel Novais, diretora executiva adjunta do Instituto Inhotim.
– Comunidade Arturos: Jorge Antonio dos Santos, representante da Comunidade em Contagem (MG) e Luis Mundim, Gerente de Patrimônio Imaterial do Iepha-MG
– Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (MALUNGU): Janine Bargas, assessora de comunicação da Coordenação das Associações destas comunidades.
16h30 – Conferência de encerramento: Patrimônio(s) e antropologia da cidade, com Heitor Frúgoli, Professor do Departamento de Antropologia da USP.
18h – Café de encerramento
Programação Artística
Local: Praça da Liberdade
17 de agosto e 18 de agosto
A partir de 10h – Instalações artísticas:
* Apontamento, por Cleverson Salvaro.
* Triângulos, série Prolongamentos, por Victor Monteiro.
18 de agosto
18h30 – Apresentação musical do grupo musical Cataventoré
SERVIÇO
Seminário Patrimônio Cultural e Contemporaneidade: A preservação do patrimônio cultural e as noções contemporâneas de urbanismo, ocupação e arte
Dias 17 e 18 de agosto
De 10h às 18h
Local: auditório do BDMG – Rua da Bahia, 1600, Lourdes – Belo Horizonte/MG
Entrada gratuita
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Alenice Baeta.