Por CPT Juazeiro, no Irpaa
A Comissão Pastoral da Terra e a Campanha Nacional de Combate ao Trabalho Escravo vão conversar com centenas de trabalhadores e trabalhadoras da região de Juazeiro sobre a perda de direitos trabalhistas e situações análogas ao trabalho escravo. O mutirão acontece entre os dias 27 e 29 de setembro.
No primeiro dia de atividades, haverá a roda de conversa sobre terceirização. O bate-papo será no Centro Diocesano de Pastoral, próximo ao Círculo Operário em Juazeiro. O evento é aberto ao público. De acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos – Dieese, os trabalhadores que prestam serviço de forma terceirizada tem salários 27% menores e possuem, em média, 3 horas a mais de jornada de trabalho.
No dia 28, as equipes da CPT e da Campanha de Combate ao Trabalho Escravo visitarão o distrito de Santana do Sobrado, em Casa Nova, e os bairros Alto da Aliança, Itaberaba e Tabuleiro, em Juazeiro. O objetivo das visitas é conhecer a realidade de trabalhadores/as, para prevenir e identificar a violação de direitos trabalhistas. Estão previstas também visitas a colégios de Juazeiro. Este ano a região de Irecê também recebeu o Mutirão de Combate ao Trabalho Escravo, em julho. Em 2015, a atividade foi realizada em Ruy Barbosa e municípios vizinhos.
Para se ter uma ideia da grande violação dos direitos do trabalho no estado, a Bahia está na contramão dos dados nacionais que sofreram uma redução em quase todos os itens analisados em uma pesquisa realizada anualmente pela CPT (Casos identificados, Pessoas envolvidas, Casos Fiscalizados, Pessoas resgatadas). Na Bahia, de um único caso identificado em 2014 os números saltaram para 4 casos em 2015, um aumento de 300%. O número de pessoas envolvidas foi de 11 para 372, um aumento de 3281%. Aumentou também o número de pessoas resgatadas, de 11 em 2014 para 12 em 2015.