Linhão da Belo Monte e ferrovia da Vale ameaçam atravessar terras quilombolas no nordeste do Pará. Comunidades ainda não foram avisadas formalmente, mas já temem a possibilidade de desapropriação ou a compra das terras
Rosilene Miliotti¹ – Fase
A ferrovia Norte/Sul, que quer ligar Açailândia, no Maranhão, ao Porto Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, pretende ter um traçado de 477 quilômetros e um custo estimado em cerca de R$ 7,8 bilhões. O objetivo do empreendimento seria “melhorar” o escoamento da produção agrícola. Instituições do agronegócio defendem a construção da ferrovia para escoar parte da produção de soja, milho, algodão, carne e madeira². Mas melhorar o escoamento da produção de quem? As primeiras informações dão conta de que essa linha passará por terras quilombolas, indígenas e de agricultores familiares, e isso já preocupa as comunidades África e Laranjituba, no nordeste paraense, assessoradas pelo programa da FASE na Amazônia. (mais…)