A Equipe Técnica do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (DASI) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) apresentou na última terça-feira, 11/10, na Casa dos Saberes da FOIRN em São Gabriel da Cachoeira, “Resultados preliminares do Plano Emergencial de Reestruturação do DSEI Alto Rio Negro”, com presença de lideranças indígenas, CONDISI e DSEI-ARN.
Por Foirn
A palavra “desorganização” foi várias vezes repetidas durante a apresentação da equipe técnica realizada na maloca, que sinalizou avanços nos trabalhos de estudo e elaboração do Plano Emergencial de Reestruturação do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Negro, como aquisição de equipamentos de transporte e insumos.
Para se ter uma ideia, no período de agosto-setembro deste ano dos 25 pólos bases ligadas ao distrito, em dez, não teve entrada de equipe de saúde na área, de acordo com a apresentação.
“Somos cientes de que o profissional contratado é para trabalhar em área. Mas, o que adianta um enfermeiro, um médico ou dentista entrar em área, se não tiver medicamentos ou suprimentos?”, questiona um profissional de saúde do DSEI-ARN presente na reunião.
A questão dos prédios dos pólos base foi lembrada pelas lideranças: “Precisa-se também pensar sobre a construção dos pólos base. Por exemplo, casa onde funcionava pólo base em São Joaquim – alto Içana já caiu, e perdemos o médico que iria trabalhar lá, devido isso. Por isso precisamos da construção desses pólos base”, disse liderança da etnia Koripako.
Após a apresentação, o presidente do Conselho Diretor da FOIRN, Franklin Paulo, disse que não é de agora que as lideranças indígenas do Rio Negro mobilizados pela FOIRN vem tentando buscar diálogo com o DSEI-ARN ou com a CONSIDI para entender onde está o problema que faz com que o atendimento não chegue nas comunidades. “Nós lideranças indígenas já estávamos ficando sem esperanças, pois várias vezes discutimos sobre a saúde indígena, encaminhamos propostas e denunciamos várias vezes a situação, e por outro lado, o próprio controle social afirmava que “saúde indígena no Rio Negro está uma maravilha”, por isso, é muito bom ver que as oficinas e o nosso trabalho como lideranças está começando dar resultados”, disse.
Os trabalhos continuam.”Só vamos sair daqui, quando todas as equipes estiveram entrando em área a partir de um cronograma de trabalho estabelecido”.
E nos dias 24 a 25 de outubro, será realizada a 93a Reunião da Comissão Intersetorial da Saúde Indígena/CISI em São Gabriel da Cachoeira para discutir e debater o tema “Saúde Indígena e o Controle Social no Rio Negro”.