Por Fernanda Couzemenco, no Século Diário
Os caciques e associações Tupiniquim e Guarani também estão mobilizados em torno do Programa de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), que está sendo iniciado em Aracruz, com verba de compensação ambiental de uma ferrovia da Vale, que passa em Comboios, próximo ao Córrego do Ouro.
“É um plano de vida”, poetiza Vilson Tupiniquim, o Jaguareté, liderança em Caieiras Velha e chefe técnico da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Aracruz. O objetivo é levantar todos os estudos e programas já realizados e ainda por serem realizados nas aldeias, definir prioridades e evitar sobreposições.
O PGTA, explica a liderança Tupinikim, favorece uma gestão plena do território. Tudo será construído a partir da visão das comunidades, mas os principais eixos a serem trabalhados são a recuperação dos rios, os projetos de subsistência econômica, o zoneamento do território e a melhoria das moradias.
No momento, estão em andamento programas de compensação socioambiental de empreendimentos da Aracruz Celulose (Fibria), Vale, Imetame, Petrobras e, prestes a começar, também da Jurong. “É importantíssimo. Estamos aguardando há muito tempo e finalmente vamos realizar”.
Em Comboios, a mesma compensação ambiental da Vale vai viabilizar, antes do PGTA, a implantação de um programa de geração de alimento e renda. Em ambos os casos a solicitação dos caciques é que sejam contratados profissionais indígenas, como agrônomos, técnicos agrícolas e engenheira florestal.
A intenção é, além da geração de renda, proporcionar também um treinamento para que num futuro próximo a própria comunidade possa fazer o seu PGTA e outros programas que se mostrarem necessários.