Rio de Janeiro: os perfis de Marcelo Freixo e Marcello Crivella

A RioOnWatch publicou os perfis dos dois candidatos a Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo e Marcello Crivella. Veja baixo:

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Marcelo Freixo, Candidato Socialista a Prefeito do Rio de Janeiro

Por Ciara Ní Longaigh

“Eu não quero cuidar das pessoas, eu quero governar com as pessoas!”, disse Marcelo Freixo radiante, recentemente, para uma multidão em um comício de apoio a sua candidatura na Zona Norte do Rio de Janeiro, e em oposição direta à insistência de seu rival evangélico de que ele vai “cuidar” do povo. Esta é a segunda vez que o político de 49 anos concorre a prefeito e, como em 2012, ele está subindo rapidamente nas pesquisas, atrás do candidato mais conservador após os dois chegarem ao segundo turno, neste caso, dentre os onze candidatos na primeira rodada de votação.

Freixo foi membro do Partido dos Trabalhadores (PT), de 1986 a 2005, quando saiu para se juntar ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), recém-formado em 2004 por membros expulsos do PT e outros que partiram por escolha, quando o PT passou a formar alianças com polêmicos políticos de direita. Freixo começou sua carreira como professor de história e mais tarde se tornou um pesquisador de direitos humanos pela ONG Justiça Global a partir de 2003, ambos os quais ele continuou envolvido durante seus anos na política.

A carreira de Freixo cresceu em intensidade entre 1993 e 1996, quando era diretor do Sindicato dos Professores (SINPRO) e trabalhou como mediador entre a polícia e presidiários, defendendo os direitos humanos, a educação de presidiários, e a prevenção à disseminação da AIDS nas prisões estatais do Rio de Janeiro. Seu trabalho nas prisões e seu posterior trabalho para parar a propagação das milícias no Rio o levou a ser a fonte de inspiração do herói do filme Tropa de Elite: O Inimigo Agora é Outro, o filme de maior bilheteria que o Brasil já teve. Freixo passou a trabalhar formalmente na Alerj como assistente do então deputado Chico Alencar em 1999 como coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Alerj. Freixo, em seguida, concorreu e foi eleito deputado estadual em 2006, com a maioria dos votos do seu partido, e foi re-eleito duas vezes nas eleições de 2010 e 2014. Em 2014 ele foi o deputado estadual mais votado do Brasil.

Suas realizações mais conhecidas têm sido a condução do inquérito parlamentar (CPI) de 2008 sobre as relações entre o governo do Rio e a milícia, e uma investigação em 2011 sobre tráfico de armas no estado, juntamente com o seu longo período como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj (desde 2009). Sua dedicação e associação com estes temas sensíveis de direitos humanos têm imposto situações pesadas sobre sua vida pessoal em várias ocasiões: Freixo foi forçado a deixar o Brasil duas vezes devido às ameaças de morte.

A análise mais recente dos eleitores feita pela Datafolha mostra Freixo mais popular entre os jovens da cidade, com os cidadãos que têm níveis geralmente mais elevados de educação, e com famílias que têm uma renda mensal mais alta. Isso pode ser explicado por dados que mostram que os cristãos evangélicos, a fortaleza de Crivella, estão entre aqueles com níveis mais baixos de educação e riqueza. A campanha de Freixo foi financiada exclusivamente por pequenas doações, e atraiu o apoio de figuras culturais, como Chico Buarque, Caetano Veloso e Paulinho da Viola. Ele é altamente crítico dos investimentos Olímpicos na cidade. Freixo assinou a plataforma #Rio2017 da sociedade civil.

Freixo e o PSOL têm trabalhado para garantir o seu compromisso com a demografia mais ampla da cidade, realizando grandes comícios regulares em toda a cidade, com foco em uma variedade de temas como a promoção do diálogo inter-religioso e o fortalecimento das vozes das mulheres, e também com a realização de reuniões diárias em bairros da Zona Norte como Madureira, e da Zona Oeste como Sepetiba e Guaratiba. Nos últimos dois anos, Freixo e o PSOL realizaram um grande processo de 18 meses de consulta pública com aproximadamente 5000 participantes em 70 localidades, incluindo favelas, chamado “Se a Cidade Fosse Nossa“. A plataforma de governo do Freixo, bem como outras políticas do PSOL, têm sido amplamente informadas por este processo, combinado com consultas aos maiores especialistas técnicos, mesmo para além do PSOL. Freixo expressou seu compromisso de romper com a politicagem tradicional brasileira, nomeando os melhores técnicos, independentemente de partido, para administrar a cidade. Deputados federais do PSOL são rotineiramente reconhecidos por jornalistas que cobrem Brasília como os mais limpos do país.

Sem entrar profundamente na plataforma política de 70 páginas que a equipe de Freixo elaborou, abaixo descrevemos algumas propostas fundamentais:

Propostas de políticas

A saúde pública é um tema de preocupação para os moradores do Rio, pois déficits orçamentários recentes deixaram o setor no limbo, e reportagens durante os Jogos Olímpicos descobriram uma disparidade gritante no padrão de atendimento disponível em hospitais públicos e privados. Freixo propõe a reforma do sistema de saúde municipal, com: a eliminação da organização privada que gere atualmente as unidades de emergência da cidade, o fortalecimento dos direitos e a inserção dos trabalhadores de saúde na política de saúde, o aumento ao acesso aos medicamentos através do sistema de saúde pública, o fortalecimento das clínicas comunitárias e o acesso a médicos e tratamento para a saúde mental, com ênfase nos desfavorecidos das zonas Norte e Oeste.

Os planos de saneamento e ambientais de Freixo concentram-se na redução de gases poluentes ao promover a energia limpa e renovável, a implementação de uma política de Lixo Zero com foco na redução e reciclagem de resíduos, limpeza dos corpos de água da cidade, incluindo suas baías e plantação de árvores nas desassistidas zonas Norte e Oeste da cidade. Para administrar melhorias no saneamento ele irá criar uma empresa pública e uma Secretaria Municipal de Saneamento Ambiental; e vai juntar a companhia municipal de gerenciamento de resíduos Comlurb com o departamento municipal Rio Águas para trabalhar com os órgãos ambientais e de saneamento existentes da cidade.

As propostas de transporte incluem a revisão de recentes alterações controversas e excludentes nas linhas de ônibus do Rio, auditoria das concessões de linhas de ônibus da cidade, redução das tarifas, expansão das ciclovias da cidade com estações de bicicletas em todos os metrôs e BRT e a implementação de tarifa zero em linhas de ônibus nas áreas mais pobres da cidade.

Sendo ele próprio um educador, Freixo se concentra muitas vezes nas melhorias que ele vai fazer para a educação uma vez eleito, sua primeira palavra de ordem. O centro de suas propostas de educação giram em torno de capacitar professores e educadores–que inclui qualquer um que trabalha em uma escola pública e interage com os alunos–melhorando as condições de trabalho, incluindo possibilidades de perspectivas mais fortes no plano de carreira e nos salários, e garantindo-lhes maior controle sobre o currículo. Esporte, arte e cultura serão integrados no currículo, e os papéis dos pais em suas escolas locais serão reforçados, de acordo com Freixo. Ele também planeja aumentar o número de creches em toda a cidade, expandir a educação especial e garantir refeições livres de agrotóxicos.

A segurança pública é uma preocupação fundamental para os moradores do Rio, com o crescente número de incidentes violentos na cidade pós-Olímpica. “Se formos eleitos, vamos continuar falando sobre segurança”, Freixo prometeu à multidão em 12 de outubro. Ele enfatizou a crescente participação nos debates sobre segurança pública como a chave para a sua liderança sobre a questão. “Especialmente para aqueles de vocês que vivem na periferia, porque um governo que garante os direitos é um governo que garante a liberdade”. Embora a segurança seja uma responsabilidade do estado, e não da prefeitura, propostas para melhorar a segurança estão entre o foco de Freixo. Ele enfatiza a necessidade de coleta de dados de alto nível em torno de crime em toda a cidade e respostas adaptadas com base na dinâmica dos bairros. Outras propostas incluem a criação de centros de mediação para ajudar a resolver conflitos urbanos em cada uma das regiões administrativas da cidade, e incentivo aos esportes, artes e iniciativas de lazer para ocupar formalmente espaços públicos tornando as ruas mais movimentadas e, portanto, mais seguras. Mais iluminação pública e a retirada de certas cercas em torno de espaços públicos está entre as propostas, e também está projetado um novo plano operacional para a Guarda Municipal do Rio de Janeiro.

No que diz respeito à habitação, Freixo propõe a criação de novas habitações públicas para beneficiar os mais pobres, entre os moradores da cidade, que vivem com até três salários mínimos por mês; redirecionar edifícios públicos abandonados para a habitação pública; aplicar a lei federal para reduzir o número de edifícios privados subutilizados na cidade e, assim, reduzir os aluguéis de maneira geral; investir em infraestrutura e serviços públicos nas regiões desfavorecidas da cidade onde habitações públicas foram construídas nos últimos anos; e direcionar programas públicos de habitação para as zonas centrais da cidade como o Porto.

Propostas para favelas

Especificamente em relação às favelas da cidade, Freixo promete acabar com as remoções e promover a posse da terra, investir na qualidade dos serviços municipais especialmente nas favelas das Zonas Norte e Oeste, e também lutar contra a gentrificação e promover a densificação moderada através do programa de Postos de Orientação Urbanística e Social (POUSOs). Ele planeja implementar a melhoria das operações de recolhimento de lixo e limpeza de ruas. Favelas seriam incentivadas a criar e promover hospedagem no estilo cama e café, ajudando essas áreas a se beneficiar do impacto econômico do turismo, da mesma forma como outras partes do Rio. Além disso, várias outras propostas de Freixo para desenvolver toda a cidade começariam com favelas e áreas de baixa renda, como ações afirmativas de políticas de local de trabalho e acesso à internet de alta velocidade livre.

Para assistir vídeos de debates deste ano entre Freixo e Crivella, clique aqui.

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Marcello Crivella, Candidato Evangélico a Prefeito do Rio de Janeiro

Por Lisa Hollenbach

Marcelo Crivella, 59, tem um histórico profissional diversificado. Foi motorista de táxi, bispo evangélico, Ministro da Pesca, artista de gravação de música gospel, senador, engenheiro, missionário na África e autor de livros. Agora está concorrendo no 2° turno a prefeito do Rio de Janeiro. Ele venceu no primeiro turno das eleições em 2 de outubro com 27,78%, e agora enfrentará no segundo turno no dia 30 de outubro Marcelo Freixo do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que obteve 18,26% dos votos válidos.

Apesar de Crivella tentar suavizar a sua retórica evangélica, tendo perdido votos do centro no passado, a sua carreira política está inextricavelmente ligada à sua carreira na igreja. Os cristãos evangélicos estão ganhando força no Brasil: um em cada quatro brasileiros é um cristão evangélico atualmente. As suas igrejas são instituições ricas com poderosas redes nas mídias e têm um impacto enorme sobre a agenda política. Uma das figuras mais controvertidas e influentes é o Bispo Edir Macedo, fundador bilionário da Igreja Universal do Reino de Deus, proprietário da segunda rede de televisão mais popular do Brasil, a Record, e tio de Crivella.

Edir Macedo estimulou o seu sobrinho a entrar para a política quando Crivella já era um bispo bem-sucedido na Igreja Universal. Em 2002, Crivella foi eleito senador federal pelo Estado do Rio de Janeiro numa chapa do Partido Liberal (PL) e foi reeleito em 2010 para o mandato de 2011-2019. Candidatou-se a governador do Estado do Rio de Janeiro em 2014, perdendo para Pezão.

No Senado, Crivella foi presidente da Subcomissão Permanente de Proteção dos Cidadãos Brasileiros no Exterior e lutou pelos direitos da enorme diáspora brasileira, como por exemplo, em relação ao tratamento dos imigrantes brasileiros nos EUA. Também foi responsável por um programa habitacional público denominado Cimento Social lançado em 2007, que foi criticado por dar tratamento preferencial aos membros da Igreja Universal. Em junho de 2008, Crivella enviou forças armadas para supervisionar as obras de construção do programa no Morro da Providência o que ocasionou a captura, tortura e morte de três pessoas.

Crivella foi uma figura de destaque na luta contra uma lei para a legalização do aborto em 2011.

Em 2012, a Presidente Dilma Rousseff nomeou Crivella Ministro da Pesca e Aquicultura no seu gabinete. A nomeação foi uma manobra política–Crivella admitiu publicamente que pouco sabia sobre a área–para reconhecer a influência da igreja e obter o apoio do novo partido de Crivella, o Partido Republicano Brasileiro (PRB). Apesar disso, Crivella votou pelo impeachment de Dilma neste ano.

O PRB, que Crivella fundou em 2005 juntamente com outros líderes cristãos evangélicos, ganhou popularidade nos últimos anos. Durante as eleições municipais neste ano, o PRB obteve o maior aumento na porcentagem de votos do que qualquer um dos dez partidos principais, obtendo 3,8 milhões de votos para prefeito no primeiro turno em todo o Brasil–um aumento de 51% na porcentagem de votos em 2012 para o partido.

O partido é considerado uma base para os pastores evangélicos e bispos se candidatarem a cargos políticos. Pode-se dizer que a nova lei eleitoral, que proíbe às empresas doarem dinheiro e reduz o tempo das campanhas eleitorais, favorece a política baseada na igreja: os pregadores dizem aos fiéis para doar para os políticos fiéis específicos. “A falta de financiamento empresarial favorece os candidatos das igrejas. Eles têm uma mobilização forte”, diz o filósofo Renato Janine.

Dito isso, o PRB continua sendo um partido pequeno e, como é o caso com o PSOL de Freixo, ambos são minoritários na Câmara Municipal com o qual, quando eleito, ele terá de trabalhar. Isto, às vezes, poderá dificultar as decisões políticas, embora um estudo recente mostrou que a maioria dos membros da Câmara Municipal–um bando notoriamente corrupto—declarou apoiar Crivella. De fato, uma reportagem diz que partidos políticos do Rio, presumindo a vitória de Crivella, já estão manobrando em torno dele e estão solicitando favores e nomeações em sua administração, e em outro vídeo, o próprio Crivella diz em festa com a elite da Zona Sul carioca: “Por eu ser evangélico, por eu ter grande penetração nas classes mais populares, eu poderei explicar a eles…o nosso (elite vista no vídeo, na Vieira Souto) plano que é de cuidar da Zona Sul com especial cuidado… e vaciná-los (os pobres) pra não vir com aquele discurso que ganhou com os pobres e está fazendo com os ricos, que não é não, que isso aqui é a nossa vitrine (Zona Sul)”.

O núcleo da base de apoio de Crivella está entre as comunidades onde a igreja evangélica tem mais força, e geograficamente a sua base mais forte encontra-se na vasta e pobre Zona Oeste da cidade. Apelando para aqueles com fortes convicções religiosas e valores conservadores, a ideologia de Crivella–conforme demonstrado na biografia no seu website–abraça a narrativa evangélica pela qual a fé e o compromisso com a igreja são recompensados com prosperidade material.

Propostas de Políticas

As crenças políticas de Crivella são conservadoras: ele é contra a legalização do aborto, do casamento gay e da maconha e é a favor da privatização da educação. Também pregou que “as mulheres até deveriam obedecer mais aos homens, pois afinal de contas são pedaços dos homens!” referindo-se a Adão e Eva. Referindo-se aos gays, ele disse que “fulano é um pau que nasce torto, e não tem jeito. Às vezes, a mãe tentou um aborto”. Na sua campanha eleitoral no entanto, apresenta-se como um cristão moderado e tolerante, e usa o slogan paternalista “chegou a hora de cuidar das pessoas”. Encontrou-se com membros do movimento LGBT em público, tranquilizando-os várias vezes que o estado deve permanecer secular e que as leis para as minorias não serão tocadas.

Nas suas propostas de políticas, totalizando 8 páginas, ele foca nos temas de mobilidade urbana, segurança, educação, e saúde, sendo que saúde e mobilidade são o seu foco.

Com referência a saúde, demonstrada como sendo a preocupação No. 1 dos cariocas, Crivella propõe investir R$150 milhões a mais por ano e criar 20 novas Clínicas de Especialistas em toda a cidade até 2020, e reestruturar 14 UPAs e 8 hospitais de emergência na cidade. Ele compromete-se a acabar com as esperas para os que procuram cuidados médicos para as emergências com risco de vida e aumentar o número de leitos hospitalares em 20%. Também planeja estabelecer um esquema de pagamento com base na meritocracia.

Dentre as suas propostas de educação, Crivella promete criar 20.000 novas vagas municipais em creches e 40.000 em pré-escolas através de uma parceria público-privada, onde o setor privado construirá as escolas e a prefeitura fornecerá os educadores e as refeições. Até 2020 ele diz que 50% das crianças em idade escolar primária terão educação em tempo integral.

Com referência à segurança, Crivella planeja restabelecer os objetivos da Guarda Municipal, que atualmente foca em cuidar dos prédios municipais e aplicar multas em toda a cidade. A sua intenção é que a Guarda Municipal se torne uma força de segurança, proporcionando policiamento comunitário nas áreas com altos incidentes de assalto e roubo. Crivella também quer aumentar o número de câmeras de segurança públicas em 20% e criar uma parceria público-privada para modernizar a iluminação das ruas no Rio.

Finalmente, dado seu treinamento como engenheiro, Crivella gosta de ressaltar o seu compromisso com a melhoria da mobilidade e do transporte em toda a cidade, com uma gama de propostas que incluem: completar a linha de BRT TransBrasil na Zona Norte; fazer com que o BRT TransCarioca chegue a Ilha do Governador até 2020; aumentar em 20% o número de ônibus que atende os sistemas da BRT em toda a cidade; reverter as mudanças controvertidas e de exclusão das linhas de ônibus no Rio; aumentar o sistema de Bilhete Único do Rio para permitir uma viagem de três horas; e recuperar o sistema de vans que atende a Zona Oeste da cidade.

Dito tudo isso, Crivella é explícito na sua crença que um governo menor seria melhor para a economia.

Propostas para as favelas

Ao lhe perguntarem o que faria nos primeiros 100 dias no poder para melhorar a situação nas favelas, Crivella primeiro menciona a melhoria dos serviços de saúde e depois o saneamento:

“Os moradores das comunidades são os que mais sofrem com a falta de saúde. As pesquisas indicam que essa é a principal queixa do carioca. Meu primeiro dia de governo será marcado por um mutirão da saúde. Vou convocar meu secretário de Saúde, médicos, servidores, funcionários de hospitais e unidades de saúde pra que a gente comece a dar fim nas filas por um exame, uma consulta, uma cirurgia. Obras foram feitas e agora vamos cuidar das pessoas. Outro problema grave nas comunidades é a falta de saneamento. Vamos trabalhar para acabar com o esgoto à céu aberto em todas as comunidades.”
Ele diz que também quer fortalecer a Guarda Municipal, treinando-a para “lidar com o carioca sem violência” e “aproximar a Guarda das pessoas”.

Em geral, Crivella está fazendo uma campanha apaziguadora e temperada, tentando evitar a controvérsia e não arriscar a sua posição de liderança. Não somente evita conflitos, mas também eventos públicos e debates abertos com Freixo, provocando o hashtag no Twitter #NãoFogeDoDebateCrivella, mas finalmente mudou o tom e concordou no debate aberto.

Os detalhes controvertidos do seu passado apareceram na mídia nas últimas semanas, desafiando a sua imagem como um conciliador purificado. Por exemplo, surgiu um livro que escreveu durante a sua missão na África, onde acusava os católicos de exercer “práticas demoníacas” e condenava a homossexualidade. Desde então tem sido citado por corrupção nas investigações federais da Operação Lava Jato. A filha de um miliciano conhecido foi a público apoiar a sua campanha. E verificou-se que dos 84 projetos de construção nos quais trabalhou como engenheiro, 75 eram igrejas. Além disso, a edição atual da revista de direita Veja do Rio de Janeiro (aparentemente a Veja e outros poderosos meios de comunicação são contra a ascensão de Crivella porque sua família é proprietária da concorrente Record, a segunda maior rede de TV no Brasil) exibe uma foto de Crivella tirada na delegacia ao ser preso em 1990 por tentar remover à força uma família de um terreno da Igreja Universal. De acordo com a Veja, a investigação e as fotos na prisão foram ocultadas do público durante os últimos 26 anos. Esta revelação levou a outros possíveis escândalos sobre o candidato.

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