Mais do que uma crise do PT, o que a primeira eleição após o colapso do “pacto social” revela é um cenário devastador para a esquerda
Por Marcos Barreira* – Blog da Boitempo
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No final dos anos 1990, o Brasil vivia o fim de um ciclo político. O desemprego recorde e os mais de 50 milhões abaixo da linha de pobreza já não podiam ser ocultados pelos defensores da “estabilização econômica”. O caráter antissocial das medidas de austeridade exigia uma contrapartida em termos assistenciais. Pela primeira vez, as elites falavam de medidas concretas para reduzir os níveis de pobreza absoluta gerados pelas experiências neoliberais. Nessa época, vários países da América Latina criaram fundos de combate à pobreza e programas de renda mínima, sempre assessorados pelos organismos financeiros internacionais. No Brasil, começam a ganhar forma, ainda como ações locais, alguns programas de transferência de renda. Em seguida, tais programas foram adotados no plano federal, em escala muito limitada, como medidas de “urgência” contra a crise.1 (mais…)
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