A homofobia e as agressões de Bolsonaro são reflexos do poderio das bancadas fascistas e reacionárias que dominam o Congresso Nacional
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público manifestar seu repúdio à perseguição ao mandato do deputado federal Jean Wyllys (PSOL), expresso no pedido de suspensão por 120 dias de seu exercício, solicitado por Ricardo Izar (PP/SP), relator do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
Jean Wyllys responde a um processo por quebra de decoro parlamentar ao cuspir em direção ao deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) na sessão de votação do impeachment da presidenta Dilma Roussef, em 17 de abril, ao reagir às agressões homofóbicas de Bolsonaro, que já duram seis anos.
Na mesma ocasião, Bolsonaro, ao proferir seu voto homenageou um dos maiores torturadores da ditadura civil-militar, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra. Por este elogio foi instaurado um processo disciplinar contra o deputado do PSC/RJ. Contudo, em novembro deste ano, Bolsonaro foi declarado inocente em decisão proferida pelo mesmo Conselho de Ética que agora julga a cassação do mandato de Jean Wyllys.
O processo instaurado contra o deputado Jean é mais um exemplo da crise política e econômica existente no país, aprofundada ainda mais após o golpe de Estado perpetrado pelas elites em 17 de abril.
A homofobia e as agressões de Bolsonaro são reflexos do poderio das bancadas fascistas e reacionárias que dominam o Congresso Nacional e que, impunemente, a cada dia, exercem ditatorialmente seus mandatos e disseminam a cultura da violência e do ódio contra as mais diversas matrizes religiosas, os negros, indígenas, LGBT e mulheres.
O atual cenário de instabilidade das instituições democráticas, bem como o acirramento da violência com que, nós, lutadoras e lutadores do povo, temos nos deparado, exigirá uma tomada clara de posição que implique em uma unidade essencial da classe trabalhadora, com o objetivo de impedir a burguesia de continuar instaurando seu projeto avassalador para o conjunto da sociedade brasileira.
Para além da ação defensiva, será necessário apresentar um novo projeto de sociedade a ser construído junto com a totalidade da classe.
O resgate de valores e bandeiras históricos das esquerdas poderão contribuir para que possamos nos basear e apresentar uma nova alternativa, rumo ao socialismo.
A indignação perante qualquer injustiça, cometida contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, nos torna companheiros, como nos ensinou Che Guevara. É por este sentimento de indignação que nos solidarizamos com o deputado Jean Wyllys, mantendo, aqui, nosso compromisso revolucionário de transformação social e humana.