No Foro Social Panamazónico – FOSPA
Povo Ka’apor é um dos povos indígenas no Brasil que vem construindo experiências autonomicas de gestão territorial. Estamos sendo criminalizados pelo Estado Brasileiro. Nesse sentido, pensamos em socializar nossa experiência no FSPA e denunciar tal situação. Estamos tentando nos organizar e articular a ida e um coletivo de kaapor em abril.
O povo ka’apor esta na última área de reserva Florestal da Amazônia Oriental. Uma área cobiçada pelos madeireiros e empresas mineradoras. Durante muitos anos o Estado Brasileiro sempre foi omisso com a proteção dos territórios indígenas levando-os a situação de vulnerabilidade social e ambiental. Por isso em 2012 o povo kaapor resolveu proteger seu território expulsando os madeireiros de seu território por conta própria sem nenhum apoio do governo.
Em Setembro de 2013 resolveram fechar o primeiro ramal e criar a 1a. Área e ProteçãoKaapor. Em Dezembro dr 2013 realizam a 1a. Assembleia Kaapor, criam o Conselho de gestãoKaapor, criam um Acordo de Convivência. Passam a monitorar esse acordo no territorio e a medida que intensificam a vigilância no territorio em Maio de 2014 criam a Guarda FLorestal Kaapor.
De 2014 a 2015 fecham 24 ramais de madeireiros e criam 7 áreas.de.proteção. Em 2014 realizamos o Etnomapeamento da Terra Indígena Alto Turiaçu com 30 pesquisadores indigenas identificando que 15% do território está destruído e 85% esta preservado.
Passamos a apoiar as áreas degradadas a serem recuperadas com experiência e agroecologia e agrofloresta. Sempre com apoio da Guarda Florestal indígena. Em abril e 2015 os madeireiros matam uma liderança, o Eusébio kaapor com tiros pelas costas. De 2012 a 2016 os madeireiros agrediram 12 indigenas, invadiram 2 aldeias, mataram 4 pessoas. O funcionários do governo foram conivente e omissos.
Passamos a denunciar toda essa situação e cobrar do estado. A partir das passamos a ser perseguido com mais força e sermos ameacados morte. Fomos recentemente acusados e estamos passando porum processo de criminalização com guarda indígena de ter assassinado um madeireiro. Isso é absurdo.
Os madeireiros fizeram muitas agressões e nunca foram investigados e indiciados pelo que fizeram e agora nos estamos sendo persegidos pela polícia Federal e criminalizados.
Estamos sendo perseguidos por madeireiros e por funcionários do Estado Brasileiro que se utilizam e aparatos repressoras e judiciais para nos criminalizar.
Por favor. Precisamos do apoio de vocês. Precisamos trocar mais informações para poderem nos ajudar.
O povo kaapor esta na maior terra indígena do Maranhão e última área de floresta da Amazônia oriental. São 1800.00 em 530.524,000ha de terras contínuas cobiçadas. Eles estão desenvolvendo uma experiência diferenciada a autogestão e defesa territorial.
Somos atacados nas mídias sociais, estamos sendo investigados pela justiça por proteger e vigiar o território.
Não podemos ser culpabilizados por crimes que nunca cometemos.
Querem deslegitimar o Conselho de gestão kaapor, a Guarda indígena perante o povo e os ao indígenas.
Denunciam.
Aguardamos contatos de vocês.
Saudações fraternais,
José Andrade – Brasil
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Imagem: Greenpeace