O senador Aécio Neves (PSDB-MG) lidera a lista de pedidos de abertura de investigação entregues pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF). A relação de nomes que são alvo de inquérito com base nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht foi entregue ao Supremo na semana passada.
De acordo com a coluna Expresso, da revista Época, o depoimento de Henrique Valladares, ex-executivo da Odebrecht, é devastador para o tucano. Valladares revelou que Aécio recebeu propina numa conta secreta em Cingapura em nome de um amigo. O ex-executivo afirma que Aécio tinha esquema com Dimas Toledo, ex-dirigente de Furnas. O pagamento em Cingapura foi vinculado a benefícios obtidos pela empreiteira em Furnas, diretamente a investimentos no Rio Madeira.
De acordo com as delações, o senador do PSDB também é acusado de receber propina nas obras da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais. Uma das parcelas da propina foi entregue numa concessionária da capital mineira que pertence a Oswaldo Borges, uma espécie de tesoureiro informal do tucano, segundo a revista. Quem relatou o acerto do pagamento da propina foi Sérgio Neves, ex-executivo da Odebrecht.
Na lista dos pedidos de inquérito que Rodrigo Janot enviou ao Supremo na terça-feira (14) há pelo menos cinco ministros do governo de Michel Temer. Há 83 pedidos de abertura de inquérito, a partir dos acordos de colaboração premiada firmados com 77 executivos e ex-executivos das empresas Odebrecht e Braskem. Também foram solicitados 211 declínios de competência para outras instâncias da Justiça, nos casos que envolvem pessoas sem prerrogativa de foro, além de sete arquivamentos e 19 outras providências.
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Foto de Diego Padgurschi, da Folhapress, durante a premiação Brasileiros do Ano, da revista Istoé, em SP.