Milhares de estudantes voltam às ruas do Chile contra reforma da educação de Bachelet

Primeira marcha estudantil do ano contra reforma do governo reuniu 90 mil pessoas em Santiago, dizem organizadores; polícia usou força, gás lacrimogêneo e jatos d’água para dispersar estudantes ao fim do protesto na capital chilena

Opera Mundi

Milhares de estudantes marcharam nesta terça-feira (11/04) em várias cidades do Chile em protesto contra a reforma da educação promovida pelo governo de Michelle Bachelet, na primeira marcha estudantil do ano no país.

Além de estudantes secundaristas e universitários, professores e representantes de movimentos sociais participaram das manifestações. Em Santiago, capital chilena, a marcha reuniu 90 mil pessoas, segundo os organizadores, e houve repressão policial com gás lacrimogêneo e jatos d’água ao fim do protesto.

A Confech (Confederação de Estudantes do Chile) afirma que as mudanças promovidas por Bachelet na reforma enviada à Câmara dos Deputados são insuficientes e mantêm falhas do sistema atual de ensino, apesar da promessa da presidente de impulsionar um modelo que garanta a qualidade e a gratuidade do ensino público.

Daniel Andrade, presidente da Confech, disse que o movimento estudantil entregou em janeiro ao Ministério da Educação e a parlamentares chilenos um documento com uma série de propostas dos estudantes para serem incorporadas à reforma.

“Nenhuma delas foi atendida, por isso consideramos que não podem votar um projeto dando as costas para os movimentos sociais e as propostas estudantis, já que somos nós os protagonistas [da reforma]”, disse o líder estudantil em meio à marcha em Santiago.

Entre as demandas do movimento estudantil está o fim do lucro na educação e garantias para a gratuidade prometida por Bachelet em sua campanha eleitoral.

A iniciativa do governo chileno prevê ampliar a gratuidade do ensino superior de forma gradual, vinculada ao cumprimento de metas econômicas pelo país.

Hoje, 300 mil universitários se beneficiam da gratuidade no ensino superior chileno, e o governo pretende fazer com que esta cifra aumente paulatinamente. Os estudantes ressaltam que a comunidade universitária no Chile conta com 1,5 milhão de pessoas e exigem gratuidade para todos.

Milena Zúñiga, da Universidade de Santiago, disse à Prensa Latina que a primeira marcha estudantil do ano é uma advertência ao governo e aos deputados chilenos de que os estudantes não serão simples espectadores do projeto de lei.

A comissão de Educação da Câmara de Deputados chilena estava programada para votar ainda hoje a reforma da educação proposta pelo governo.

Imagem: Estudantes marcham em Santiago contra a reforma da educação de Bachelet, que consideram “insuficiente” – Agência Efe.

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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