Na CNBB/MST
O arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha, defendeu na última coletiva de imprensa da entidade, realizada no dia 22 de junho, o direito a mobilização. Na ocasião, o cardeal reiterou a importância da população de se manifestar nas ruas, de forma pacífica, para conscientizar autoridades sobre a necessidade de reflexão e diálogo com a sociedade.
Questionado por um repórter se só a oração poderia salvar o país da crise, dom Sergio foi enfático ao afirmar que ‘sem dúvidas, o país precisaria de muita oração’. “Nós já nos manifestamos recentemente em Corpus Christi e a resposta que nós recebemos mostra que realmente há uma consciência cada vez mais difusa da gravidade da crise”, disse. O bispo se referia à intenção de Oração pelo Brasil, motivada pela CNBB, durante o dia de Corpus Christi, 15 de julho. A iniciativa dirigia a todos uma proposta de oração diante do “grave momento vivido pelo país”.
“A participação em Corpus Christi, da oração que foi rezada pelo Brasil, mostra claramente que cada vez mais se difunde entre nós a gravidade e, ao mesmo tempo, a urgência de superação da crise. Nossa gente tem sofrido e isso não é algo que está confinado a discussões de alguns ambientes. O nosso povo cada vez mais sente os efeitos dessa situação e, por isso, cada vez mais nós recebemos pessoas dispostas à oração pelo Brasil, mas o que se quer mesmo além disso é mais uma vez mobilizar as nossas comunidades a refletirem e atuarem pelo Brasil”, afirmou dom Sergio.
O Conselho Permanente da CNBB também decidiu convocar um Dia de Oração pelo Brasil no 7 de setembro, dia da pátria. De acordo com dom Sergio, as saídas para a crise não podem depender estritamente de iniciativas políticas ou partidárias. “Por mais importante que seja, elas também passam pela população, pela mobilização do nosso povo, então uma expressão de mobilização que Graças a Deus encontrou uma resposta muito grande tem sido essa da oração pelo Brasil, porque quem reza na verdade também reflete, medita sobre o que se passa e seguramente vai encontrando na Palavra de Deus, a luz e a força para caminhar”, finalizou.
Nota oficial
A CNBB também já havia se pronunciado, em nota oficial, sobre à proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, de iniciativa do Poder Executivo, que tramita no Congresso Nacional. A entidade se manifestou contra a forma como o processo das reformas está sendo conduzido, sem diálogo com a sociedade e com objetivos de diminuir os gastos previdenciários, excluindo da proteção social os que têm direitos a benefícios.
“Ao propor uma idade única de 65 anos para homens e mulheres, do campo ou da cidade; ao acabar com a aposentadoria especial para trabalhadores rurais; ao comprometer a assistência aos segurados especiais (indígenas, quilombolas, pescadores…); ao reduzir o valor da pensão para viúvas ou viúvos; ao desvincular o salário mínimo como referência para o pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), a PEC 287/2016 escolhe o caminho da exclusão social”, afirma a nota.
Por último, a entidade convoca os cristãos e pessoas de boa vontade, a se mobilizarem ao redor da atual Reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o povo, principalmente os mais fragilizados.