“Quando um tribunal de justiça decide aplicar, como em uma humilhação pública no pelourinho, a desqualificação do ser humano não branco, se confirma a institucionalização do racismo e a legitimação do genocídio dos negros. É urgente se colocar visceralmente em oposição a este que tem sido o maior genocídio brasileiro. O qual, juntamente com o etnocídio e o feminicídio, é a estrutura central das formas de dominação e violência.”
Por Edson Teles – Blog da Boitempo
Em junho de 2013 era detido no Centro do Rio de Janeiro, em meio às manifestações contra o aumento das tarifas, Rafael Braga. Catador de material reciclável, Rafael estava próximo ao “local do crime”, apesar de não participar dos protestos, e carregava consigo duas garrafas de produtos de limpeza. Sob a alegação de porte de coquetéis molotov ele foi detido por policiais militares e a Justiça ordenou sua prisão provisória com posterior julgamento. Ao final (como se este tipo de acontecimento tivesse fim) foi condenado a 5 anos de detenção com sentença fundamentada no depoimento de um policial. As provas técnicas, favoráveis ao réu ou desqualificantes da acusação, foram desconsideradas nos laudos ajuntados ao processo. Rafael é negro, pobre, favelado. Como não poderia ser ele o criminoso? (mais…)
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