Padrinho de filha de Barata, Gilmar Mendes se justifica: ‘Casamento não durou seis meses’. Mas empresário é preso novamente

Ministro do STF diz que não há necessidade de se declarar suspeito para julgar e libertar empresário de ônibus

Em O Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou nesta quinta-feira, por meio de sua assessoria, que não sentiu necessidade de se declarar suspeito para julgar o habeas corpus para libertar o empresário de ônibus Jacob Barata Filho e o ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), Lélis Teixeira.

Em 2013, o ministro e a mulher, Guiomar Mendes, foram padrinhos de casamento da filha de Jacob Barata Filho com um sobrinho de Guiomar. Segundo a assessoria de imprensa do ministro, o casamento “não durou nem seis meses”. Pelas regras de suspeição, um juiz não pode atuar em processo por motivo de foro íntimo – que poderia ser, por exemplo, por amizade ou inimizade em relação a uma das partes envolvidas.

O luxuoso casamento da neta do empresário Jacob Barata — considerado o “Rei dos Ônibus” e pai de Jacob Filho —, Beatriz Perissé Barata, com Francisco Feitosa Filho, herdeiro do ex-deputado federal cearense Chiquinho Feitosa, foi alvo de protestos na igreja e na recepção, realizada no hotel Copacabana Palace.

Cerca de 60 manifestantes se reuniram na porta da igreja do Carmo, no centro do Rio, e vaiaram os noivos e seus convidados. Durante cerca de duas horas, os manifestantes usaram de muito humor. Uma jovem, vestida de noiva, distribuía pequenas baratas de plástico para todos que chegavam. Ela ainda segurou um cartaz com os dizeres “Dona Baratinha, vá de ônibus para o Copacabana Palace”, numa referência ao local onde foi realizada a festa após a cerimônia na igreja.

Havia outros cartazes bem-humorados como “Pego ônibus lotado, me dá um bem casado!” ou “Eu estou pagando esse casamento!”. O empresário Jacob Barata, avô da noiva, chegou em uma Mercedes Benz e não quis falar com a imprensa.

Trinta PMs (um para cada dois manifestantes), além de seguranças, fizeram um cordão de isolamento em torno da porta principal. O protesto, porém, foi pacífico.

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Gilmar manda soltar empresário Jacob Barata Filho, mas juiz decreta nova prisão

Empresário do setor de transportes, filho do chamado ‘Rei do ônibus’, é investigado por suposto pagamento de propina a políticos do Rio. Ele não poderá deixar o país.

Por Mariana Oliveira, no G1

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura do empresário, preso desde o começo de julho e apontado como peça-chave do esquema de pagamento de propina do setor de transportes no Rio de Janeiro.

A decisão, porém, não valerá. Isso porque, pouco depois, o juiz Marcelo Brêtas expediu novo mandado de prisão contra o empresário.

O empresário foi preso no início de julho com base em investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal. A força-tarefa encontrou indícios de que ele pagou milhões de reais em propina para políticos do Rio.

Ele é filho de Jacob Barata, que atua no ramo dos transportes de ônibus no Rio de Janeiro há várias décadas. O pai do empresário é conhecido como “Rei do Ônibus” e é fundador do Grupo Guanabara, do qual Jacob Barata Filho também é um dos gestores.

Várias empresas do conglomerado atuam no transporte de passageiros no Rio, e os negócios da família também se estendem para outras cidades e estados e meios de transporte.

Lélis Teixeira

Em outra decisão, o ministro Gilmar Mendes também mandou soltar Lélis Teixeira, que era presidente das Fetranspor até ser preso em julho.

A determinação para soltá-lo, porém, não terá efeito. Isso porque, pouco depois da decisão de Gilmar Mendes, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, expediu um novo mandado de prisão contra Lélis Teixeira.

Dessa forma, o ex-presidente da Fetranspor permanecerá preso e terá de pedir novamente à Justiça para ser solto.

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