Acampamento no Tocantins é atacado por pistoleiros

Mulheres e idosos sofreram torturas e espancamentos

Por MST/TO
Da Página do MST

Mais de 50 famílias do acampamento Clodomir Santos, municípios de Ipueiras e Brejinho de Nazaré, no Tocantins, vêm sofrendo há vários dias ameaças de mortes, ataques. Os trabalhadores tiveram seus barracos e pertences queimados por ação violenta de pistoleiros a mando de fazendeiros que se dizem proprietários da área ocupada e em conflito.

Na manhã desta quinta-feira (24), o acampamento sofreu novos ataques de pistoleiros, onde alguns homens e mulheres foram torturados, espancados e encontram-se hospitalizados. Devido a estes ataques violentos, as famílias foram obrigadas a deixar a área. Elas estão aflitas e temem pelas suas vidas.

Este acampamento está localizado em uma área de terras griladas pelo vice–prefeito, João Neto, e outro fazendeiro, conhecido como Vicente Araújo, ambos da cidade de Brejinho de Nazaré, onde parte desta área foi titulada de forma irregular pelo Instituto de Terras do Estado do Tocantins (Itertins) em seus nomes.

“Os fazendeiros contrataram vários pistoleiros para atacar e ameaçar as famílias. A própria Policia Militar e Civil tem agido contra as famílias e mantém fortes ligações com estes fazendeiros, dando-lhes proteção e resguardo”, denuncia Messias Vieira, da direção estadual do MST.

Partes destas terras já estavam ocupadas anteriormente por posseiros, quando as famílias do MST decidiram se somar na ocupação. Após a chegada das famílias na área, a disputa aumentou, levando a um maior acirramento do conflito e a uma situação de muita violência na região.

Os fazendeiros, que se dizem donos das terras, entraram na justiça com pedido de reintegração de posse da área, que foi deferido pelo juiz da comarca de Porto Nacional. Após a decisão, os mesmos trataram de fazer por conta própria o despejo forçado de forma violenta e contra as famílias, sem a participação da justiça e do estado.

As lideranças do acampamento registraram ocorrências na Delegacia de Repressão a Conflitos Agrários e solicitaram apoio na Defensoria Publica Agrária, mas tais ações não impediram os ataques dos pistoleiros ao acampamento e nenhuma providencia foi tomada até o momento.

“O MST exige que as autoridades e os órgãos responsáveis pelas questões fundiárias no estado possam tomar as devidas providencias e evitar que mais violência e assassinatos ocorram no campo, pois o clima é de muita tensão na região”, finaliza Vieira.

*Editado por Rafael Soriano

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