Essas comunidades que ocupam seus territórios há gerações, estão ameaçadas pelo agronegócio, pela mineração e pela especulação imobiliária
A aldeia indígena Renascer, da etnia Guarani, localizada em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, está ameaçada de reintegração. O povoado existe há 20 anos e abriga 18 famílias, no totalizando 106 pessoas.
O local de quase 2.000 hectares é uma área reivindicada pela família de Yoshiwo Tozaki, ex-secretário de Esportes de Ubatuba, já falecido. A ação foi proposta na Justiça Federal, que concedeu uma ordem de reintegração de posse.
Em nota, o MST reitera seu apoio ao povo Guarani e exige que as reivindicações da TI Ywyty Guaçu sejam atendidas pelos poderes executivo e judiciário, garantindo sua demarcação.
Confira a nota na íntegra:
O governo ilegítimo Michel Temer e a bancada ruralista no Congresso Nacional não medem esforços para retroceder no reconhecimento das Terras Indígenas e Quilombolas. Essas comunidades que ocupam seus territórios há gerações, estão ameaçadas pelo agronegócio, pela mineração e pela especulação imobiliária.
Somente no estado de São Paulo, quatro Terras Indígenas (TI) estão ameaçadas de despejo: TI de Jaraguá (nos municípios de São Paulo e Osasco), a aldeia Renascer Ywyty Guaçu (em Ubatuba), a aldeia Tekoha Paranapuã (em São Vicente) e a TI Pakurity (no Vale do Ribeira).
A TI Ywyty Guaçu (Renascer) conta com 18 famílias do povo Tupi e Guarani e está ameaçada de despejo nessa sexta feira (29). O pedido reintegração de posse feito por particular, Harumi Tozaki, questiona a legitimidade dos indígenas naquela área, próxima ao Pico do Corcovado, que historicamente foi ocupada por povos indígenas, expulsos de suas terras a partir da invasão portuguesa. O Poder Judiciário, por sua vez, atuando em favor do capital e da propriedade privada, concedeu a liminar para despejo das 106 pessoas que vivem na TI, incluindo crianças e pessoas idosas. O Ministério Público Federal recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça para tentar reverter a situação.
Lideranças indígenas ocuparam a sede regional da FUNAI, em Intanhaém, na manhã desta sexta e a comunidade segue em luta pela permanência no território de 2000 ha, resistindo contra todo o tipo de invasão de não-indígenas a qualquer custo. Assim, o MST exige que as reivindicações da TI Ywyty Guaçu sejam atendidas pelos poderes executivo e judiciário, garantindo sua demarcação e a criação imediata do Grupo de Trabalho (GT) de identificação e delimitação da TI.
Toda solidariedade à TI Ywyty Guaçu!
Toda solidariedade aos povos indígenas!
Direção Estadual MST/SP