Governo é “incapaz de sentir qualquer remorso com a dor de milhões”, afirma Rede Brasileira Justiça e Paz

Por Guilherme Cavalli, da assessoria de comunicação Cimi

Em mensagem pública divulgada após encontro, Rede Brasileira Justiça e Paz trata “anomalia do atual governo” como projeto que “legitima a adoção de políticas que, num quadro de normalidade, jamais seriam aceitas”. O texto contesta discurso governamental que afirma “virtuoso processo de retomada do emprego, da renda e da atividade econômica”. Esse é um discurso que “choca-se com a sensação real de instabilidade institucional, pobreza crescente e enorme desemprego”, adverte Rede. “É preciso lembrar que as medidas de “contenção de despesas” destinadas à área social acoplam-se à permanente drenagem desses recursos desviados para o infindável pagamento de inaceitáveis juros da dívida pública”.

A análise conjuntural assinada pela Comissões Justiça e Paz da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e a pela Comissão Justiça, Paz e Integridade da Criação da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) aponta para a “desconstrução dos instrumentos de governança e inclusão social”. As instituições criticam a “lógica cruel, incapaz de sentir qualquer remorso com a dor de milhões” por adorar ao mercado e desprezar os pobres, as mulheres, os negros, os jovens, os desempregados e os indígenas.

“Há poucos meses foi decretado o fim da CLT, medida que acaba de entrar em vigor, ousadia que nem o arbítrio de 1964 foi capaz de propor”. O atual Presidente da República comporta-se sem cerimônia e desprovido da “liturgia do cargo” para enterrar as denúncias que pesam contra ele e seus mais próximos auxiliares”, denuncia a nota ao mencionar as práticas do governo – nomeações, distribuições de privilégios, mau manejo da máquina pública, compra de parlamentares – para a permanecer no poder.

A nota lamenta ainda a “hipertrofia do judiciário”, que, segundo a Rede, torna questionável se poder  “não estaria em algum grau partidarizado e comprometido com o modelo econômico neoliberal que se quer impor ao Brasil”.

“No campo da sociedade civil está presente forte e difundida oposição à implementação desse modelo”, sustenta o texto. Contudo, a análise afirma que as forças necessárias às mobilizações se encontram fragilizadas pelo desemprego e pela ausência “de uma proposta de luta clara, exequível e unificada”.

“A força da militância dos movimentos populares, irá demonstrar, mais cedo do que se imagina, como em outros momentos da história, que as tiranias sempre sucumbem à irresistível vontade popular”, encerra a nota resultante do encontro que ocorreu em Brasília, de 10 a 12 de novembro.

Leia aqui o texto na íntegra

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