A Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB vem a público manifestar pesar a todas as pessoas amigas e aos familiares do Prof. Marcondes Namblá, 38 anos, liderança do povo Laklãnõ Xokleng, vítima de um covarde e cruel assassinato ocorrido no dia 1º de janeiro de 2018 na cidade de Itajaí, litoral norte do estado de Santa Catarina, região Sul do Brasil.
O referido professor foi mais uma vítima da violência assimétrica e sistemática que há muito persiste em todo o país contra os povos indígenas. Há pouco mais de dois anos, na data de 30 de dezembro de 2015, em Imbituba, na porção sul do mesmo estado, o pequeno Vítor Pinto, um menino Kaingang de dois anos, foi covardemente assassinado quando estava sob os cuidados de sua mãe.
Situações desse tipo não são restritivas a um estado da Federação, pois ocorrem deliberadamente em todo o território nacional, de Norte a Sul. Comprovam a longuíssima situação histórica de guerra genocida inaugurada com o encontro colonial e que persiste por séculos.
Neste sentido, a SAB ainda manifesta repúdio a todo tipo de violência praticada contra os povos originários, ratifica o apoio à luta em defesa de seus direitos e chama à atenção para a necessidade das autoridades competentes apurarem o caso com rigor para que o/os criminoso/s seja/m punidos à altura da atrocidade cometida.
Pelotas (RS), 05 de janeiro de 2018.
Jorge Eremites de Oliveira
Presidente da SAB
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Professor Marcondes Nambla, da escola indígena José Boiteux laklano, lutava para fortalecer a língua Xokleng. Foto: Facebook
Parabenizo a Moção da atual Gestão da SAB, que se inicia em 2018 e do seu novo Presidente, que tem um importante trabalho e trajetória como arqueólogo e antropólogo comprometido com as questões sociais. Esperando que continue a se posicionar oficialmente contra as inúmeras injustiças sociais e ações que desrespeitem os direitos humanos e ambientais, as populações tradicionais e suas lideranças.
Alenice Baeta- Arqueóloga e Sócia Efetiva da SAB