‘Restinga Viva 2018’ Realiza Plantio de Mudas e Debates Sobre Deterioração das Praias do Rio

Luisa Fenizola – RioOnWatch

O Baía Viva organizou, no dia 20 de janeiro de 2018, feriado do padroeiro da cidade do Rio, São Sebastião, o “Restinga Viva 2018”. O evento aconteceu na praia da Macumba, no Recreio, para discutir a recuperação e a resiliência da orla da praia e práticas de manejo e recuperação de áreas de restinga. Também visou chamar atenção para uma agenda para a saúde ambiental das Baías de Guanabara e Sepetiba, além de rios e lagoas, principal bandeira levantada pelo movimento Baía Viva.

O evento denunciou que as praias do Rio, em especial a da Macumba, sofrem de rápida deterioração e perda de faixa de areia, devido a construções inadequadas, muitas vezes irregulares, e lixo, e que as obras previstas para conter os impactos do avanço do mar são pontuais e ineficientes. Além disso, denunciou que o Rio de Janeiro ainda não dispõe de plano de Gerenciamento Costeiro integrado, nem estudos de oceanografia e engenharia costeira adequados. Esses são reflexos de uma falta de ação governamental crônica com relação às praias, baías e lagoas da cidade, castigadas pela ausência de planejamento e pela poluição.

Para fazer frente a isso, os organizadores propõem projetos integrados e que sejam resilientes, como a recuperação de restinga que protege da ondulação constante e ressacas, e demandam que esses projetos sejam feitos de forma participativa, contando com o envolvimento de moradores, surfistas, ecologistas e universidades.

Além disso, a programação contou com uma oficina de educação ambiental, que culminou no plantio de 50 mudas de espécies nativas ao ecossistema de praia, como cactos e a pitangueira, realizado com o apoio de uma equipe de jovens escoteiros. Assim, aqueles que plantaram poderão criar um vínculo com as mudas e acompanhar seu crescimento. “Nossa próxima atividade planejada é uma barqueata pelas lagoas de Jacarepaguá” à semelhança da barqueta feita em agosto do ano anterior na Baía de Guanabara, disse Sérgio Ricardo, ecologista e membro-fundador do Baía Viva.

O evento atraiu moradores e surfistas da região e outras pessoas que passavam pela praia, inclusive criando redes e sinergias entre pessoas que mostraram desejo de realizar ações conjuntas em seus territórios, como a recuperação de espaços públicos, e contou ainda com roda de capoeira e show de reggae.

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