PE – Arquidiocese recebe denúncias contra Suape

Moradores das comunidades impactadas pelo Complexo Industrial Portuário de Suape denunciaram as violações que vem sofrendo para membros da Comissão de Justiça de Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife e Comissão de Direitos Humanos da OAB

Rosilene Miliotti¹, na Fase

A Comissão de Justiça de Paz da Arquidiocese de Olinda e Recife, juntamente com Fórum Suape², na tarde de ontem (20), deram continuidade ao diálogo estabelecido durante o encontro realizado com Dom Fernando Saburido, em dezembro de 2017, na comunidade quilombola Mercês, em Ipojuca (PE). Na ocasião, representantes da arquidiocese foram conversar e conhecer as famílias que estão tendo seus direitos violados.

Representantes das comunidades impactadas pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS) relataram as violações que vem sofrendo, como as remoções forçadas. “As famílias que resistem e não podem plantar, nem fazer melhorias nas suas moradias [ainda há casas feitas de barro e estão caindo por causa das chuvas], porque Suape não permite”, afirmaram moradores.

“Ainda há os casos de pessoas que morreram por conta da tristeza ao verem suas casas sendo derrubadas. Muitos desenvolveram depressão, há casos de AVC [Acidente Vascular Cerebral] e, consequentemente, mortes por terem sido obrigados a sair de suas casas deixando seus modos de vida e sua sustentação. Além disso, famílias inteiras foram removidas e estão morando em bairros distantes do local de onde tiravam a sua sobrevivência, inclusive porque Suape não permite a pesca em vários locais”, relata Rosimere Nery, educadora do programa da FASE em Pernambuco.

Antônio Carlos Maranhão Aguiar, presidente da Comissão de Justiça e Paz, solicitou que o Fórum Suape produzisse um dossiê com todas as violações e denúncias já realizadas para Dom Fernando Daburido afim de marcar uma audiência com o Governador Paulo Câmara, além de uma ouvidoria para aprofundar a discussão de moradia. O representante da Comissão de Direitos Humanos da OAB de PE, Claudio Soares de Oliveira Ferreira, saiu do encontro com a função de discutir o caso com os outros membros e buscar por alternativas e encaminhamentos para os moradores.

Notas:

[1] Jornalista da FASE com informações de educadores do programa da FASE em Pernambuco.

[2] Fórum do qual a FASE é parte.

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