Atingidos por Belo Monte chegam ao quarto dia de ocupação do Ibama

Elas cobram que o órgão exija da Norte Energia o início imediato dos trabalhos de realocação das quase 600 famílias

Do Movimento dos Atingidos por Barragens / CPT

As famílias da “lagoa” do Independente 1 estão acampadas no escritório do Ibama em Altamira desde a manhã de segunda-feira (9 de julho). 

Elas cobram que o órgão exija da Norte Energia o início imediato dos trabalhos de realocação das quase 600 famílias.

Na noite de ontem (11), a presidência do Ibama fez um primeiro contato com os atingidos, enviando um ofício. No documento, o órgão afirma que o atendimento das famílias pela Norte Energia só vai começar após o encerramento das atividades do grupo de trabalho criado para avaliar o andamento das condicionantes (obras feitas pela Norte Energia e que deverão ser entregues ao município de Altamira). As atividades desse grupo deverá durar 30 dias.

“No ofício não está claro o prazo exato para a retirada das famílias e, além disso, não entendemos como essa questão das condicionantes, que já deveriam ter sido cumpridas pela Norte Energia há muito tempo, pode interferir no nosso direito”, afirma Fábio Magalhães, da coordenação do MAB no Independente 1.

Entenda

Os moradores estão lutando há 3 anos com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) pelo reconhecimento como atingidos pela hidrelétrica de Belo Monte. Eles  foram reconhecidos como atingidos pelo Ibama em março, mas até o momento ainda estão vivendo em área permanentemente alagada e poluída.

O Ibama reconheceu a responsabilidade da concessionária da barragem sobre o caso e ordenou a remoção e o reassentamento ou indenização das famílias. De acordo com o orgão, elas foram levadas a ocupar o local, impróprio para moradia, devido ao aumento no custo de vida na cidade impulsionado pela construção da hidrelétrica.

O cadastro socioeconômico inicial da Norte Energia apontou 968 famílias no local, no entanto, relatório mais recente da concessionária afirma que são cerca de 578 famílias a serem removidas, a maioria vivendo em casas de palafita, mas também algumas morando sobre área aterrada ao redor da “lagoa”.

Esta é a segunda vez em menos de um mês que a comunidade ocupa o órgão em busca de seus direitos.

Divulgação MAB

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