MPF realiza diligência para colher mais elementos relacionados à Chacina de Unaí

Procuradores estiveram no local da chacina e conversaram com a viúva de um dos auditores assassinados

Procuradoria Regional da República da 1ª Região

O Ministério Público Federal realizou, no dia 3 de agosto, diligência no município de Unaí (MG) para verificar o local em que quatro servidores do Ministério do Trabalho foram mortos a tiros quando se dirigiam para fiscalização em uma fazenda da região. O caso ficou conhecido como Chacina de Unaí e o julgamento das apelações dos mandantes e intermediários do crime (já condenados em 1ª instância) está para ser marcado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).

No dia 28 de janeiro de 2004, os fiscais Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram emboscados em uma estrada de terra, próxima de Unaí, enquanto faziam visitas de rotina a propriedades rurais. O carro do Ministério do Trabalho foi abordado por homens armados que mataram os fiscais à queima-roupa. A fiscalização visitava a região por conta de denúncias contra trabalho escravo.

Durante a diligência, os procuradores regionais da República Bruno Caiado de Acioli e Marcus Vinícius de Viveiros Dias estiveram no local da chacina e viram as cruzes referentes aos mortos do lado da estrada. Eles também passaram no posto de gasolina onde teria havido o encontro dos mandantes do crime com os pistoleiros à época dos fatos. Em visita à viúva do auditor Nelson José da Silva, os procuradores entregaram os pareceres do MPF nos processos que estão no TRF1.

Segundo Marcus Vinícius de Viveiros Dias, a diligência visou a coleta de mais subsídios para instrumentalizar o MPF no julgamento e na sustentação oral das apelações (autos 0036441-22.2004.4.01.3800/MG e 0008946-85.2013.4.01.3800/MG). “Houve um crime hediondo de homicídio triplamente qualificado contra quatro agentes públicos federais, que merece toda reprimenda possível, posto que atingiu e abalou não só o núcleo familiar das pessoas envolvidas, mas a sociedade como um todo “, disse.

Histórico – Em novembro de 2015, o Tribunal do Júri condenou Norberto Mânica, na condição de mandante, e José Alberto de Castro e Hugo Pimenta, como intermediários, pelo homicídio dos fiscais e do motorista. Mânica e Castro apresentaram recursos com alegações semelhantes, como cerceamento de defesa e ausência de elementos referentes aos autos principais. Também sustentaram problemas com a delação premiada firmada por Hugo Alves Pimenta.

No entanto, o MPF se manifestou pela improcedência de todos os pedidos e afastou as nulidades levantadas pelas defesas. O MPF também enviou requerimento para que os processos sejam julgados em conjunto.

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