Algumas notícias sobre o que restou do Museu Nacional

As informações abaixo foram retiradas de postagens de pesquisadoras nas redes sociais (TP)

Da página de Myrian Sepulveda:

Parte do acervo foi salva. Agradeço aos bombeiros que lutaram contra o incêndio, mesmo não tendo água para apagar o fogo, e a todos aqueles, funcionários e amigos do Museu, que lá estiveram para salvar as coleções possíveis. O meteorito de Bendegó está salvo. O prédio não ruiu. Segue ainda o relato de Paulo Buckup:

“Algumas notícias iniciais: Os prédios dos Departamentos de Vertebrados, Departamento de Botânica, Biblioteca Principal, Pavilhão de Salas de Aulas, Laboratório de arqueologia na Casa de Pedra, Anexo Alípio de Miranda Ribeiro, e anexo da coleção do Serviço de Assistência ao Ensino não foram atingidos. A sobrevivência do Anexo Alípio de Miranda Ribeiro é importante, pois continha algumas coleções de invertebrados e dipterologia.

O prédio principal (Palácio da Quinta da Boa Vista) foi perda total, com a possível exceção da coleção de material tipo de moluscos que pude ajudar a salvar graças ao Claudio (técnico da Coleção) que nos guiou em meio à escuridão. Os funcionários que participaram do mutirão dos últimos momentos estão de parabém pela coragem e dedicação, embora muito pouco tenhamos conseguido fazer.

As grandes perdas foram os materiais da exposição e as coleções situadas no prédio principal: arquivo e acervo histórico, maior parte das coleções entomológicas, antropológicas, coleções de aracnologia, e crustáceos. O acervo de paleontologia e mineralogia talvez possa ser parcialmente resgatado se for feito um trabalho cuidados após o rescaldo.

Das coleções de vertebrados, perderam-se os exemplares das exposições antigas que seriam incorporados na nova exposição, mas a maior parte do acervo científico está preservada.”

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Da pagina de Clarisse Tarran

“Todos que por aqui passem protejam esta laje, pois ela guarda um documento que revela a cultura de uma geração e um marco na história de um povo que soube construir o seu próprio futuro”. Inscrição na entrada do Museu Histórico Nacional

?Queimamos o quinto maior acervo do mundo.
?Queimamos o fóssil de 12 mil anos de Luzia, descoberta que refez todas as pesquisas sobre ocupação das Américas. 
?Queimamos murais de Pompeia.
?Queimamos o documento de assinatura da Lei Áurea
?Queimamos o sarcófago de Sha Amum Em Su, um dos únicos no mundo que nunca foram abertos.
?Queimamos o acervo de botânica Bertha Lutz.
?Queimamos o maior dinossauro brasileiro já montado com peças quase todas originais.
?Queimamos o Angaturama Limai, maior carnívoro brasileiro.
?Queimamos alguns fósseis de plantas já extintas.
?Queimamos o maior acervo de meteoritos da América Latina.
?Queimamos o trono do rei Adandozan, do reino africano de Daomé, datado do século XVIII.
?Queimamos o prédio onde foi assinada a independência do Brasil.
?Queimamos duas bibliotecas.
?Queimamos o pergaminho datado do século XI com manuscritos em grego sobre os quatro Evangelhos, o exemplar mais antigo da Biblioteca Nacional e da América Latina.
?Queimamos a Bíblia de Mogúncia, de 1462, primeira obra impressa a conter informações como data, lugar de impressão e os nomes dos impressores, os alemães Johann Fust e Peter Schoffer, ex-sócios de Gutemberg.
?Queimamos A crônica de Nuremberg, de 1493, considerado o livro mais ilustrado do século XV, com mapas xilogravados tidos como os mais antigos em livro impresso.
?Queimamos a Bíblia Poliglota de Antuérpia, de 1569, Obra monumental do mais renomado impressor do século XVI: Cristóvão Plantin.
?Queimamos a primeira edição de “Os Lusíadas”, de 1572.
?Queimamos a primeira edição da “Arte da gramática da língua portuguesa”, escrita pelo Padre José de Anchieta em 1595.
?Queimamos o “Rerum per octennium…Brasília”, de Baerle (1647), com 55 pranchas a cores desenhadas por Frans Post.
?Queimamos exemplar completo da famosa Encyclopédie Française, uma das obras de referência para a Revolução Francesa.
?Queimamos o primeiro jornal impresso do mundo, datado de 1601.

?Queimamos um pouco da História do Brasil e da Humanidade…

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Foto: Ricardo Moraes /Reuters

 

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