Facebook promete salvar a página “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”

No Catraca Livre

O Facebook informou ao Catraca Livre que está tomando providências contra os hackers que invadiram o grupo “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” e prometeu restabelecer a página.

“O grupo foi temporariamente removido após detectarmos atividade suspeita. Estamos trabalhando para esclarecer o que aconteceu e restaurar o grupo às administradoras”.

Os hackers mudaram expulsaram as administradoras e mudaram o nome da página para “Mulheres Com Bolsonaro”.

Um perfil de nome Carlos Shinok fez as alterações. Até agora, as verdadeiras administradoras não conseguiram reverter a situação.

Homens adicionados [fraudulentamente] ao grupo comemoram a situação “hackers desse meu Brasil! Amo vocês! O grupo Mulheres contra Bolsonaro, agora se chama, Mulheres COM Bolsonaro KKKKK”.

O grupo de Facebook “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro”, que ganhou cerca de 2 milhões de integrantes nos últimos dias e virou um fenômeno nas redes sociais. Começou a ser sofrer tentativas de invasão na quinta-feira, 13, quando o perfil de uma delas foi invadido e seus dados pessoais foram expostos publicamente. Os invasores chegaram a estipular um prazo para o grupo ser extinto.

Outra moderadora também foi ameaçada via Whatsapp. A mensagem do invasor dizia que ela deveria sair do grupo ou seus dados também seriam expostos. Em seguida, suas informações pessoas foram enviadas pelo aplicativo como prova de que não estavam para brincadeira.

Por meio do perfil da administradora hackeado, ofensas aos membros do grupo foram postadas na página. “Esquerdistas de merda” foi um dos xingamentos enviados às integrantes. “O grupo é plural e voltado à mulheres de diferentes posicionamentos políticos”, elas ressaltam.

As tentativas seguiram durante toda a tarde. O grupo teve o nome alterado mais de uma vez para “Mulheres Com Bolsonaro”, e a descrição e capa da comunidade foram alteradas através de uma terceira moderadora que teve seu perfil na rede social invadido.

“É de conhecimento geral que os apoiadores do fascismo utilizam-se dos meios mais sórdidos para tentar calar aqueles que não aceitam passivos a disseminação do discurso de ódio proferido pelo candidato que fazemos frente de resistência absoluta”, afirmam as responsáveis pelo grupo.

“Mulheres ocupando espaços de fala nas redes sociais e na mídia, ocupando as ruas e exigindo o devido respeito aos seus direitos conquistados incomoda e muito aqueles que nos querem caladas e submissas, trancadas na esfera do privado, encarceradas. A nossa voz definitivamente não será amordaçada! Não recuaremos um segundo sequer perante ameaças! Sofremos constantes tentativas de silenciamento, assediadas diariamente, somos ameaçadas de estupro, de morte, de termos nossos nomes e informações expostas”, ressaltam elas.

As administradoras do “Mulheres Unidas Contra Bolsonaro” ainda reiteram que não vão revidar aos ataques. “Revidar com o ódio, não nos pertence! Não atacamos e nem atacaremos de volta, não queremos nos assemelhar aqueles que tanto repudiamos e de quem estamos tentando proteger nosso país.”

“Nossa resposta será nas urnas, onde iremos mostrar a força das mulheres, pois nossa união não é feita através da violência, mas na certeza de que juntas somos mais fortes e que temos o poder de direcionar nosso país para longe de um discurso racista, misógino e homofóbico”, finalizam.

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