Trabalhadores Rurais do Acampamento Esperança sofrem ameaça de morte

Famílias foram surpreendidas, no último final de semana, com uma emboscada

Por Nilmar Lage, da Página do MST

Desde setembro de 2016, o Acampamento Esperança da suporte para famílias de produtores e produtoras rurais do Leste de Minas Gerais. Muitas dessas famílias foram vítimas do crime da Samarco e, já sem perspectivas, viram na luta pela uma chance de melhoria de vida.

As famílias ocupam uma área do Parque Estadual do Rio Corrente Grande, que estava nas mãos de três irmãos, grileiros, que já haviam sido indenizados pelo Estado para que deixassem a propriedade, porém não cumpriram a determinação.

No último final de semana, os produtores e produtoras rurais foram surpreendidos com uma emboscada, seguida de ameaças de morte sofrida por um acampado e um visitante que saíram para buscar provisões para o almoço de domingo.

Com porte de armas de grosso calibre, os três irmãos ameaçaram de morte um produtor rural, agrediram com facão, coronhadas e deixaram acuadas as demais famílias que preparavam o terreno para o plantio no período próximo de chuvas.

Violência no campo

Em um primeiro momento o acampamento ocupou terras improdutivas da Cenibra, no distrito de Pedra Corrida, localizado em Periquito. Após despejo, em outubro de 2017, as famílias reocuparam um antigo acampamento na fazenda Preservar, em Açucena, onde houve mais um despejo, dessa vez em época de colheita.

O Leste de Minas Gerais possui histórico de violência no campo, tanto que no Assentamento Liberdade, próximo ao acampamento, o produtor rural Silvino Gouveia foi assassinado em abril de 2017, por isso, não é prudente subestimar as ameaças de fazendeiros locais, alerta a coordenação do acampamento.

*Editado por Wesley Lima.

Imagem aérea do Acampamento – Foto: Nilmar Lage.

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