Papa alerta para avanço do populismo: “Não se pode viver semeando ódio”

Francisco destaca importância de jovens de hoje conhecerem a história das duas guerras mundiais ocorridas no século 20 e cita Hitler para advertir sobre resultados do populismo. “Não se pode viver semeando ódio”, diz.

Na DW

O papa Francisco alertou nesta terça-feira (23/10) para o risco de uma Terceira Guerra Mundial e para o avanço do populismo, citando o exemplo do ditador nazista Adolf Hitler.

O pontífice afirmou que os jovens de hoje deveriam aprender sobre a história dos conflitos mundiais ocorridos no século 20 para que não caiam no mesmo erro e saibam como o populismo se espalha.

“É importante que os jovens saibam como nasce um populismo. Penso em Hitler no século passado, que havia prometido o desenvolvimento da Alemanha. Sabemos como começam os populismos: semeando o ódio. Não se pode viver semeando ódio”, afirmou durante encontro com jovens e idosos.

“Hoje existe a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Olhem para os locais dos conflitos: falta de humanidade, agressão, ódio entre culturas e tribos, também uma deformação da religião, este é o caminho do suicídio, semear ódio”, alertou. “É um preparar a Terceira Guerra Mundial que está em andamento aos pedaços e acredito não exagerar nisto.”

O pontífice deu as declarações em encontro com jovens e idosos realizado em Roma para a apresentação do livro Francisco, a Sabedoria do tempo, em diálogo com o papa Francisco sobre as grandes questões da vida.

Alertando para um conflito mundial, o papa citou o físico alemão Albert Einstein. “Vem-me em mente a profecia de Einstein: a quarta guerra mundial será feita com pedras e bastões, porque a terceira destruirá tudo. Semear ódio, violência e divisões é um caminho de destruição, suicídio”, afirmou.

“Pode-se fazer isso por muitos motivos. Aquele jovem do século passado fez uma limpeza com a pureza da raça, com os migrantes”, disse, referindo-se a Hitler.

O papa também se referiu ao ditador nazista em janeiro do ano passado, mencionando a ascensão de Hitler ao advertir sobre o perigo de, em tempos de crise, as pessoas buscarem um salvador que defenda seu povo com muros de “outros povos que possam tirar nossa identidade”.

Em Agosto de 2016, depois do sismo que atingiu o centro de Itália, Francisco visitou uma das localidades mais afectadas, Amatrice. Foto: Osservatore Romano

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