As famílias quilombolas residem há mais de 50 anos em uma área de terra que hoje vem sendo cobiçada por empresários ligados a especulação imobiliária
O Conselho Indigenista Missionário-Regional Sul, vem publicamente manifestar seu apoio ao Quilombo dos Lemos, por sua luta pelo reconhecimento enquanto comunidade tradicional e fundamentalmente pela garantia e titulação de sua terra em Porto Alegre -RS. As famílias quilombolas residem há mais de 50 anos em uma área de terra que hoje vem sendo cobiçada por empresários ligados a especulação imobiliária.
Os especuladores, por meio da mantenedora do Asilo Padre Cacique ingressaram na justiça e pediram a remoção das famílias de seu lugar de viver. Foi concedida uma ordem de reintegração de posse contra o Quilombo Lemos, mas as famílias quilombolas e seus apoiadores resistem sobre a área de terra e também ingressaram na justiça, apelando para que o Poder Judiciário seja, neste momento, responsável e revogue a decisão concedida contra a comunidade Lemos, mantendo-os na posse da área onde construíram suas vidas e suas histórias.
Importante destacar que as famílias obtiveram junto a Fundação Palmares a Certificação de comunidade quilombola. Além disso, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) se manifestou em reconhecimento da terra como parte de um dos territórios tradicionais destinados aos quilombos, reconhecendo, também, a família Lemos como quilombola.
O Cimi Sul se solidariza com os Lemos e apoia incondicionalmente a luta pelo direito de viverem na terra onde seus antepassados construíram histórias de vida e de resistência.
Chapecó, 18 de novembro de 2018.
–
Assembleia dos Povos no Quilombo dos Lemos. Foto: Roberto Liebgott/Cimi Sul