12 fatos de 2018 que comprovam que o Brasil ainda é um país racista

Neste final de ano, uma retrospectiva de matérias mostra como o Brasil ainda é um país racista. Ao menos uma vez por mês houve um caso de racismo ou injúria racial que ganhou repercussão e causou indignação. Parafraseando o rapper Mano Brown “500 anos de Brasil e o Brasil nada mudou”.

Por Thais Prado, na Fórum

1. Janeiro

Alunos e professores da UniCarioca foram alvos de racismo. Página intitulada riodenojeira.com, cujo autor é identificado por ricwagner1, publicou texto com ofensas raciais direcionado a alunos e professores da UniCarioca, rede privada de ensino superior do Rio de Janeiro. Em postagem no dia 6 de janeiro, o autor disse que estava incomodado com uma maior presença de “negros e mestiços; negros pobres” na universidade. Ele afirmou que a faculdade se tornou uma “boca de fumo e uma senzala gigantesca” e que a elite passou então a estudar em instituições com mensalidade mais caras para que “seus descendentes não se misturem com os traficantes-símios da Unicarioca”. Leia mais

2. Fevereiro

A judoca Rafaela Silva foi vítima de racismo da polícia militar do Rio de Janeiro: “Achei que tinha pego na favela”, a atleta estava dentro de um táxi quando uma viatura da PM mandou parar e a fez descer do carro; policiais só a liberaram depois que souberam que ela era a “aquela atleta da Olimpíada”.  Leia mais

3. Março

Um cliente negro foi nomeado como “macaco” em nota fiscal de loja do Burger King. Davi Zambelli Jr expôs o caso de preconceito nas redes sociais e registrou boletim de ocorrência por injúria racial contra a rede de fast-food. Leia mais

4. Abril

Após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o então deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de racismo, seu filho Flávio Bolsonaro, deputado estadual no Rio de Janeiro, mudou seu nome no Twitter. Ele incluiu a palavra “Negão” no seu nome e postou uma foto abraçado com um negro, “racista é o c* da sua mãe”, escreveu o deputado. Leia mais

5. Maio

Aluno da FGV, que foi suspenso por racismo, conseguiu na Justiça o direito de retornar às aulas. O aluno do curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, Gustavo Metropolo, tinha sido suspenso por ter chamado um colega negro de “escravo” em um grupo de WhatsApp.  Leia mais

6. Junho

Depois de ministrar palestra em Nova Iorque, faxineira brasileira é alvo de racismo nas redes. Alline Parreira, a brasileira que foi beneficiária do Bolsa Família e que atualmente dá palestras nos Estados Unidos, vem sendo alvo de comentários racistas em um grupo de brasileiros em Nova Iorque. À Fórum, a jovem ativista respondeu aos racistas e reafirmou sua identidade enquanto mulher negra. Leia mais

7. Julho

Matéria do jornal ‘O Globo’ compara Pogba a um “animal que sai do cativeiro”. Texto do jornal carioca, ao descrever a alegria e empolgação de Pogba, que é negro, com a vitória da França na Copa do Mundo, o comparou a um animal; internautas acusaram o veículo de racismo. Leia mais

8. Agosto

Após sofrer racismo de colegas, uma estudante de 12 anos de uma escola municipal de Praia Grande (SP), acabou ganhando uma bolsa de estudos e vai finalizar os ensinos Fundamental e Médio em uma instituição particular no Boqueirão, bairro nobre da cidade. “Lá, o bullying, com agressões verbais e bilhete anônimo com ameaça de morte, estaria acontecendo desde junho. A menina também teria sido chamada de ‘vagabunda’ e ‘macaca’ por outras alunas”, explicou mãe da estudante, a vendedora Adelaide Alves, de 31 anos  Leia mais

9. Setembro

Professor do Colégio Técnico da Unicamp (Cotuca) foi vítima de racismo e homofobia. Em nota de repúdio, a direção do Cotuca afirmou que “uma mensagem com ofensas racistas e homofóbicas foi deixada no escaninho de um professor do Colégio”. A Fórum apurou que o professor, negro e homossexual, foi insultado na mensagem deixada no compartimento em que guarda seus materiais letivos. “Caro professor, fica a dica: você é preto e viado, seu lugar não é na sala de aula”, estava escrito no bilhete, segundo uma aluna do colégio.  Leia mais

10. Outubro

Modelos negras que participavam do concurso de beleza Top Cufa (Central Única das Favelas) em um shopping foram comparadas a escravas em um grupo de WhatsApp. “Reflete o que negros passam no Brasil todos os dias”, disse organizador do Top Cufa. Leia mais

11. Novembro

Tháyna Sisnande, professora substituta de Biotecnologia Farmacêutica e doutoranda em Química Biológica no IbQM – UFRJ (Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro)  passou por um constrangimento em hotel no Rio. Única negra que participava de um congresso no local, ela foi direcionada a entrar pela porta dos fundos, de serviço, onde retiravam o lixo. “É desumano subir junto com o lixo”, disse. Leia mais

12. Dezembro

Vídeo que viralizou nas redes sociais mostra um funcionário da “Loja Amiga”, de Pouso Alegre (MG), desligando um boneco de Papai Noel que entretinha uma criança negra. Para milhares de internautas que compartilharam o vídeo, a atitude do atendente da “Loja Amiga” foi desrespeitosa e racista. Muitos usuários do Facebook e Twitter afirmaram que se fosse uma criança branca dançando com um boneco de Papai Noel os funcionários teriam outra atitude. Leia mais

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

sixteen + 13 =