#VazaJato 18: Dallagnol mentiu

Newsletter The Intercept Brasil, por Glenn Greenwald e Rafael Neves

A nova matéria da série As mensagens secretas da Lava Jato revela como os procuradores da força-tarefa usaram vazamentos com o objetivo de manipular suspeitos, fazendo-os acreditar que seu indiciamento era inevitável, mesmo quando não era. O intuito, eles disseram explicitamente em chats do Telegram, era intimidar seus alvos para que eles fizessem delações.

Além de ética e legalmente questionável, esse tipo de vazamento prova que o coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, mentiu ao público ao negar categoricamente que agentes públicos passassem informações da operação.

Um exemplo desse método ocorreu em 21 de junho de 2015, quando o procurador da Orlando Martello enviou a seguinte pergunta ao colega Carlos Fernando Santos Lima, no grupo FT MPF Curitiba 2, que reúne membros da força-tarefa: “qual foi a estratégia de revelar os próximos passos na Eletrobrás etc?”. Santos Lima, então, afirma com escancarada franqueza: “meus vazamentos objetivam sempre fazer com que pensem que as investigações são inevitáveis e incentivar a colaboração.”

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Os procuradores Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima e Roberson Pozzobon, recebendo o prêmio Global Investigation Review nos EUA. Foto: Reprodução Twitter

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