Mulheres se reúnem nos dias 25 e 26 de outubro para elaborar estratégias de luta
Da redação, Brasil de Fato
Se a vida de toda a população é altamente impactada com a mineração, é preciso dizer que a das mulheres ainda mais. São elas quase sempre as mais preocupadas com as crianças, com os mais velhos, com a saúde da família, âmbitos que se transformam – para pior – com a presença da mineração. Além disso, como já escreveu o Brasil de Fato, nos casos de rompimento de barragem as mulheres enfrentam falta de renda e machismo nas regras de indenização.
Para debater tudo isso, o Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) organiza nos dias 25 e 26 de outubro um encontro de mulheres atingidas, em Belo Horizonte. O objetivo principal é conversar sobre impactos dos crimes das mineradoras em Minas Gerais sobre a vida das mulheres e elaborar um plano de lutas conjunto, conforme explica o movimento.
São esperadas cerca de 300 mulheres das regiões da bacia do rio Paraopeba, Macacos, Congonhas, Itatiaiuçu, bacia do Rio Doce, bacia do Rio Jequitinhonha e Rio Pardo. O primeiro dia do evento será dedicado a um ato político para marcar os nove meses do crime da Vale em Brumadinho, e, à tarde, as mulheres integram o Ato Nacional pela Soberania e Reestatização da Vale, convocado pela Frente Brasil Popular. Ambos acontecerão no monumento de entrada do município de Brumadinho. No dia 26 as atingidas se dedicam à construção de uma agenda de lutas.
Jornada “A Vale destrói, o povo constrói”
O movimento organiza uma extensa jornada de atos políticos, formação e ação para denunciar os dois maiores crimes minerários de Minas Gerais: em 5 de novembro completam-se quatro anos do crime da Samarco, na bacia do Rio Doce, e em 25 de janeiro completa-se um ano do crime da Vale, em Brumadinho. O encontro de atingidas é uma das atividades da jornada.
Os atingidos também já iniciaram a construção de uma casa no município de Barra Longa, que foi atingido pela lama da barragem de Fundão, em 2015. A ação, que está sendo concretizada por mutirões e financiamento coletivo, pretende denunciar a “ausência de reparação às famílias vítimas do crime que devastou toda a bacia do Rio Doce”, afirma o movimento.
Veja a programação – Jornada de Lutas “A Vale destrói, o povo constrói!”
Início da construção da casa: Outubro, em Barra Longa
Encontro das Mulheres Atingidas por Barragens: 25 e 26 de outubro, em Belo Horizonte
Encontro dos Atingidos e Atingidas: 3 a 5 de novembro, Mariana
Festival Cultural da Água “Pelos Rios, Pela Água e Pela Vida!”: 6 de dezembro, em Belo Horizonte
Marcha dos Atingidos e Atingidas: 20 a 25 de janeiro de 2020, de Pompéu a Brumadinho
Edição: Joana Tavares