Moção de Solidariedade às Comunidades Pesqueiras e Povos do Nordeste

Nós,    organizações    e    movimentos    presentes    na    Oficina    de    Articulação Preparatória da Sociedade Civil na COP 25, manifestamos nossa mais profunda solidariedade  às  comunidades  pesqueiras  prejudicadas  em  sua  existência  pelo criminoso derramamento de petróleo cru na costa nordestina, que mata a vida marinha, seus ecossistemas e biodiversidade. Esse episódio agrava mais ainda a realidade  dessas  comunidades  que  já  vêm  enfrentando,  historicamente,  uma série de perdas devido aos impactos sociais e ambientais do turismo de massa, da carcinicultura,  da  pesca predatória,  da  indústria  de  energia  eólica,  portuária  e petrolífera.

Repudiamos as atitudes do Governo Federal que, através do Ministério do Meio Ambiente  protelou  e  precarizou  a  implementação  do  Plano  de  Contenção, existente desde 2013, e até hoje não tem aplicado devidamente os procedimentos necessários para enfrentar a expansão da contaminação. E mais do que isso, de forma irresponsável e contrária aos estudos técnicos, vem negando a gravidade do fato e  procurando invisibilizar seus efeitos, preocupando-se  apenas  com os interesses de setores empresariais turísticos e da pesca industrial.

No nosso ver, tragédias/crimes como essas são, também, reflexos da imposição da exploração petroleira a qualquer custo, considerando que ainda antes deste evento catastrófico e de larga escala no litoral nordestino, muitos outros desastres de grande impacto já eram conhecidos pelo Brasil e mundo afora. Mesmo assim, na contramão das soluções para o aquecimento global, o governo brasileiro mantém os leilões do pré-sal e escolhe dar continuidade e agudizar este sistema que é violento e opressor de comunidades e ecossistemas.

Nesse contexto, se faz urgente que o Estado e a Sociedade tomem medidas que enfrentem essas violências socioambientais e racistas através de ações de curto, médio e longo prazo, garantindo a participação democrática das comunidades tanto nas formas de narrar os problemas, quanto nas definições das soluções.

Aos povos do Nordeste reiteramos ainda a nossa solidariedade e luta contra o ódio regional, praticamente institucionalizado no Governo Federal.

Brasília, 05 de novembro de 2019

Ágora dos/as Habitantes da Terra – Brasil Campanha Nem um poço a mais – ES Ceará no Clima – CE

Centro Burnier – MT Engajamundo – Brasil

Escola de Sustentabilidade Integral e Universidade do Estado da Bahia – UNEB FASE – ES

Fórum de Comunidades Tradicionais Angra/Paraty/Ubatuba (FCT) – RJ e SP

Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental IBASE – RJ

Instituto Socioambiental (ISA) Instituto Terramar – CE

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Observatório dos Territórios Saudáveis e Sustáveis da Bocaina (OTSS) – RJ Rede Global Diálogos em Humanidades – Brasil

Rede Jubileu Sul – Brasil SPM/SP

Central de Movimentos Populares de Rondônia (CMP/RO) ARCA/GO

Comissão Pastoral da Terra (CPT) Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) Instituto Madeira Vivo (IMV) – RO Movimento Tapajós Vivo – PA

Frente por uma Nova política Energética para o Brasil Rede Florestal Caatinga – PB

Revolusolar – RJ

Comitê de Energia Renovável do Semiárido (CERSA) – RN Mandato Flávio Serafini/ALERJ

Projeto Tapajós Solar – PA

FCT / OTSS – Fórum de Comunidades Tradicionais Angra/Paraty/Ubatuba Instituto PACS/RJ

Coletivo de Mulheres – CUT/RO Koinonia – RJ

Comunidades agroecológicas do bem viver – DF SARES – AM

Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ SPM – PB

Projeto Rios/SC

GEN Education – Global Ecovillage Network Marcha Mundial das Mulheres

Fórum Alternativo Mundial das Águas (FAMA) – DF Revolusolar/RJ

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) Movimento dos Trabalhadores do Campo (MTC) – TO Articulação Antinuclear Brasileira /AAB – BA

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