Por Sintsaude, na CUT RJ
O Ministério da Saúde retirou do ar publicação sobre saúde da população negra. Tal atitude é muito grave neste momento em que a pandemia da COVID19 é mais letal entre os negros conforme os números oficiais.
O estudo denominado Vigitel 2018, População Negra, foi retirado do ar sem menor justificativa. No estudo 52.000 mil brasileiros(as) foram ouvidos permitindo que ao colaborarem fosse continuado o sistema de monitoramento de fatores de risco para doenças crônicas de grande importância para a Saúde Pública brasileira.
Este sistema foi implantado em 2006, e em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, o Vigitel vinha cumprindo, com grande eficiência, seu objetivo de monitorar a frequência e a distribuição dos principais determinantes das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) por inquérito telefônico.
O Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco de DCNT do Ministério da Saúde e, conjuntamente com outros inquéritos, como os domiciliares e em populações escolares, vinha ampliando o conhecimento sobre as DCNT no país. A publicação foi o primeiro relatório desse inquérito telefônico com um olhar específico para a população negra e, além de descrever os resultados de 2018 para esse grupo, apresentou ao final um comparativo dos indicadores para negros e brancos, bem como elencou a evolução anual desses indicadores para a população negra desde 2011.
O trabalho de vigilância foi iniciado durante o primeiro mandato do ex-Presidente Lula.
A atitude no mínimo merece um retumbante repúdio, o que se assiste é uma forma de apagão dos dados no Brasil. O governo Bolsonaro tenta esconder a triste realidade brasileira, em que a cor da pele define até a expectativa de vida entre os brasileiros e brasileiras. Segundo o Atlas da Violência publicado no ano passado 75% das vítimas de homicídios no Brasil são negras. Ainda segundo o Estudo houve uma piora na taxa de letalidade racial nos últimos dez anos, quando a taxa de homicídios de pessoas negras cresceu 33,1%; no mesmo período a taxa de homicídios de não negros cresceu 3,3%.
Vamos enviar ofício ao Ministério da Saúde requerendo informações sobre o ocorrido, bem como, pedindo a imediata republicação do estudo no site e daremos publicidade do mesmo na nossa página na internet e nas redes sociais do SINTSAUDERJ.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Hélida Mascarenhas