Refugiada negra comandará redes sociais do ACNUR Brasil durante o fim de semana

Por ONU Brasil 

Mulher, mãe de cinco filhos e avó. É assim que Prudence Kalambay gosta de se apresentar. Se a vida de qualquer pessoa com essa biografia já seria cheia de histórias e desafios, imagina quando se trata de uma mulher negra, nascida na República Democrática do Congo, que chegou ao Brasil grávida, com uma criança de colo, sem falar português e sem conhecer ninguém.

Prudence teve que interromper o sonho de ser uma artista famosa em seu país de origem depois de ser vítima de perseguição política. É nas mãos dessa mulher que a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) deixará suas redes sociais durante este final de semana (27 e 28 de junho).

Prudence vai usar o Instagram, o Twitter e o Facebook do ACNUR para contar sua história, falar de seus planos para o futuro, dos desafios enfrentados pelos refugiados – especialmente mulheres negras como ela -, preconceito, racismo, moda, maternidade e tudo o mais que ela quiser.

Nascida em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, ela trabalha com política, juntamente com o seu pai, mas era nos palcos que Prudence realmente se realizava. Foi eleita Miss Congo em 2004, mas assim como mais de 30 milhões de pessoas no mundo, teve que interromper seus sonhos e deixar tudo para trás quando a violência bateu em sua porta.

“Minha jornada não foi nada fácil. Atravessei um rio com a minha filha e só chegamos à fronteira com a Angola depois de percorrer um longo caminho. O Brasil não estava nos meus planos, eu pensava em ir para a Europa. Foi vendo novela que pensei em vir para cá”, conta. “O começo foi muito difícil porque a realidade é muito diferente daquilo que vemos nas novelas. Eu sofria preconceito, mas nem sabia que essa palavra existia”.

O Brasil é o primeiro escritório do ACNUR no mundo a ceder suas redes para que um refugiado fale diretamente com o público interessado no tema. “Abrir espaço para que essas histórias cheguem ao maior número de pessoas possível é uma iniciativa muito importante na luta contra o preconceito e o racismo”, diz Natasha Alexander, chefe da unidade de parcerias com o setor privado do ACNUR. “Prudence é uma mulher inspiradora, guerreira, inteligente, talentosa e linda. Estamos felizes de compartilhar com os nossos seguidores essa experiência rica de conhecê-la mais intimamente.”

O ACNUR é a principal organização mundial que está na linha de frente contra a COVID-19 para salvar vidas e proteger pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas devido a violência, conflitos e perseguição. Com o início da pandemia, o ACNUR reforçou suas atividades e programas, trabalhando de forma intensa para enfrentar a crise. Entre suas principais ações estão: ajudar a construir e equipar um hospital de campanha no Norte do País, que aumenta a capacidade de atendimento a pessoas refugiadas e brasileiros; apoiar as autoridades locais no monitoramento de fronteira e abrigamento; fornecer informações para as famílias sobre medidas de prevenção; e distribuir kits de higiene e limpeza para quem mais precisa.

Imagem: Prudence teve que interromper o sonho de ser uma artista famosa em seu país de origem depois de ser vítima de perseguição política. Foto: Acervo Pessoal

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

7 − 1 =