CPT Baixo Amazonas publica nota em solidariedade aos povos vítimas de massacre no Rio Abacaxis

CPT

Em decorrência do massacre ocorrido na região do Rio Abacaxis, em começo de Agosto, a CPT Baixo Amazonas publicou nota em solidariedade aos povos indígenas Sateré-Mawé da Terra Indígena Andirá Marau, do município de Maués, aos tuxauas e a demais lideranças indígenas que fiscalizam a entrada de pessoas não indígena nas suas terras. O conflito, em questão, teria sido iniciado no dia 24 de julho, após o secretário executivo do Fundo de Promoção Social do Governo do Amazonas, Saulo Moysés Rezende Costa – com um grupo de pessoas -, ter adentrado a área do Rio Abacaxis para realizar pesca esportiva, sem licença ambiental e desrespeitando o isolamento social, por conta da pandemia.

Confira abaixo a nota na íntegra:

NOTA DE SOLIDARIEDADE

A Comissão Pastoral da Terra do Baixo Amazonas se solidariza com os povos indígenas Sateré-Mawé da Terra Indígena Andirá Marau, do município de Maués, com os tuxauas e demais lideranças indígenas que fiscalizam a entrada de pessoas não indígena nas suas terras. No dia 1º de agosto de 2020, por ocasião de uma assembleia dos povos indígenas na área, foram surpreendidos pela presença de um destacamento da Polícia Militar do Estado do Amazonas altamente armado – com fuzil, metralhadora, armas pesadas – justificando que estavam ali para averiguar denúncia de abuso de autoridade e uso de arma de fogo na Barreira Sanitária que existe na entrada da Terra Indígena do povo Sateré-Mawé, criada para proteger os indígenas da Pandemia do Covid 19.

Segundo o subtenente responsável pela operação, estavam ali para averiguar as referidas denúncias. Em resposta, as lideranças indígenas disseram que não havia necessidade de todo esse aparato policial e armamento de alto calibre como se fossem para um combate contra “marginas”. As denúncias não procedem, “nós povos indígenas da Terra Indígena Andirá Marau, queremos que as autoridades cuidem e protejam o nosso povo com honestidade, com justiça, com respeito. É isso, que nós indígenas Sateré-Mawé queremos. Aqui não tem irregularidade e nem abuso de poder e exigimos que as autoridades competentes investiguem essa ação policial que houve na Terra Indígena Andirá Marau e venha em nossa área ouvir o nosso povo”.

A CPT do Baixo Amazonas esteve na região e pede apoio das autoridades, do Ministério Publico Federal e da impressa para que garantam a manutenção da Barreira Sanitária na sua terra para proteger os indígenas do Covid 19, da entrada de drogas e cachaça na área indígena.

Nós, da Comissão Pastoral da Terra do Baixo Amazonas, nos solidarizamos com as lideranças indígenas que estão na linha de frente em defesa do povo indígena Sateré- Mawé e pedimos apoio das autoridades e da impressa nessa luta pela existência desse povo no seu território de origem.

Parintins (AM), 04 de setembro de 2020.

Comissão Pastoral da Terra do Baixo Amazonas

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