Queimadas e hidrelétrica: combinação letal no norte do MT

Ribeirinhos que vivem nas proximidades do Rio Teles sofrem efeitos do desmatamento ilegal: com prejuízos materiais, de saúde, além dos danos incalculáveis de verem o território arder em chamas

No MAB/MT

O rio Teles Pires, um dos rios mais importantes do estado de Mato Grosso, é hoje o rio amazônico mais impactado pelas hidroelétricas na Amazônia: foram construídas quatro grandes obras em menos de uma década,

Os quatro empreendimentos, juntos, foram responsáveis pela destruição de milhares de hectares de floresta gerando um impacto incalculável para a biodiversidade e as populações locais. 

Somente a UHE Sinop foi responsável pela destruição de 24 mil hectares – cerca de 70% dessa floresta já está morta e apodrecendo dentro do lago gerando problemas sociais e ambientais imensos, como a mortalidade dos peixes.

Na última semana, o consórcio Sinop Energia foi multado pela SEMA no valor de R$ 36 milhões, o que somado às multas anteriores dá R$ 90 milhões em multas que o consórcio tem acumulado, após uma série de crimes e irregularidades na operação do empreendimento.

A completa ausência de um programa de utilização do lago e seu entorno demonstra o descaso do consórcio com a floresta e as populações que moram no entorno e dependem da natureza e do rio para sobrevivência.

Os impactos ambientais não são os únicos que ameaçam as famílias atingidas. A não delimitação das áreas de preservação (que são chamadas de APP) pelo empreendimento causam a fuga do gado e prejuízo às famílias camponesas, pois o lago oscila dezenas de metros inutilizando as cercas dos camponeses.

Para os pescadores e para a cadeia de turismo, as perdas são incalculáveis. Além das áreas de lazer, a vegetação não suprimida tornou o reservatório feio e também coloca em risco a segurança da navegabilidade. A morte constante dos peixes no lago espanta os praticantes de pesca esportiva e diminuem a renda dos pescadores profissionais e ribeirinhos.

Os recentes incêndios na região da Amazônia acabaram atingindo, além de fazendas, um assentamento com aproximadamente 500 famílias, queimando pastagens, matas e ameaçando as moradias e áreas coletivas.

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