José Gadelha, Fiocruz Rondônia
O combate ao novo coronavírus em aldeias indígenas de Rondônia recebeu reforço da unidade da Fundação no estado, por meio da doação de mais de 20 mil equipamentos de proteção individual (EPIs) e insumos ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Porto Velho. São luvas, aventais, toucas, tubos e swabs para coleta de exames, que serão utilizados por profissionais da saúde e agentes comunitários de saúde indígena, em ações desenvolvidas diretamente nas aldeias.
Até o momento, o Dsei de Porto Velho registrou 678 casos confirmados do novo coronavírus e 7 óbitos, entre indígenas distribuídos em 18 municípios de Rondônia, sul do Amazonas e noroeste do Mato Grosso, área assistida pelo órgão, que contempla 190 aldeias e 55 etnias. Os dados são homologados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde.
“Esta doação reflete o compromisso de pessoas engajadas com a causa indígena e dá continuidade a uma série de atividades que já desenvolvemos no contexto do enfrentamento da covid-19, entre os povos indígenas”, afirma Suelen Teixeira de Faria Resende, analista técnica de Políticas Sociais do Dsei Porto Velho. A doação irá possibilitar o fortalecimento das ações de diagnóstico dentro das aldeias, evitando a necessidade de transporte de indígenas para os centros urbanos, para realizar os exames.
A vice-coordenadora de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz Rondônia, Deusilene Vieira, que também coordena estudos sobre a Covid-19 no estado, salienta a importância desta ação “para o enfrentamento da doença entre populações extremamente vulneráveis, como os povos indígenas”. A pesquisadora destacou que a parceria é fruto de projetos já realizados pela instituição na área da saúde indígena, em colaboração com a Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz).
De acordo com o último boletim disponibilizado pelo Dsei de Porto Velho, até 9 de setembro, 1.163 casos de Covid-19 haviam sido notificados, sendo 678 casos confirmados. Os municípios de Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Porto Velho lideram no número de diagnósticos. Os dados também informam que, até o momento, 474 casos suspeitos foram descartados, e 638 pacientes foram curados da doença.
—
Imagem: Aldeia Sagarana em Guajará-Mirim – Foto: José Gadelha/Dsei Porto Velho