Eleições municipais: a hora e a vez de uma agenda urbana contra o racismo ambiental

ClimaInfo

Passada a votação do 1º turno nas eleições municipais no Brasil, não podemos deixar que o debate público ignore a realidade do racismo ambiental nas cidades brasileiras. Em muitas delas, a realização do 2º turno no próximo dia 29 abre espaço para que essas questões sejam reforçadas por parte dos eleitores e pelos candidatos, principalmente nas capitais e grandes cidades.

“Qualquer campanha eleitoral que não tenha como uma das diretrizes o combate ao racismo ambiental para propor políticas públicas está incompleta e falha ao tentar criar um plano de governo mais inclusivo”, escreveu Andréia Coutinho Louback ao Nexo Jornal. No artigo, ela destaca a iniciativa Agenda Urbana do Clima, uma coalizão de 24 organizações da sociedade civil que tem como objetivo fomentar discussões públicas e ações por parte do poder público nos municípios contra a crise climática. “O debate climático pode — e deve — ter um compromisso com questões de raça, de gênero, no combate às desigualdades e sobre qual futuro deixaremos para as próximas gerações. E, hoje, nosso cenário ainda está em débito com essa realidade”.

Em tempo 1: O 1º turno das eleições municipais de 2020 trouxe um resultado histórico para a representação política de minorias raciais no Brasil, especialmente entre a população quilombola, que conseguiu eleger um prefeito, um vice-prefeito e 54 vereadores em todo o país. O Maranhão foi o estado com mais eleitos, com 14 vereadores, seguido por Goiás (nove) e Bahia (oito). Na cidade de Cavalcante (GO), o quilombola Vilmar Kalunga foi o 1º quilombola a ser eleito como prefeito. Alma Preta destacou esses feitos.

Em tempo 2: No Voz das Comunidades, Milena Batista destaca o descaso da atual administração da cidade do Rio de Janeiro, que abandonou o Programa Rio Resiliente, que tinha como objetivo desenvolver e adaptar os espaços urbanos, com vistas a aumentar a resiliência das comunidades periféricas aos efeitos da mudança do clima. Nos últimos quatro anos, o custo dessa omissão foi significativo, com deslizamentos de terra, inundações e muitas vidas prejudicadas ou mesmo perdidas em virtude de eventos extremos.

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