Esta é a dimensão da ilegalidade do desmatamento da Amazônia: 88% da derrubada da floresta no estado de Mato Grosso nos últimos 12 anos foi feita sem autorização, segundo análise do Instituto Centro de Vida (ICV) com base nos dados do sistema PRODES-INPE. Esta também é a taxa de desmatamento ilegal observada para o MT entre agosto de 2019 e julho de 2020.
O levantamento indicou também que mais da metade (54%) do desmatamento ilegal naquele estado ocorreu em propriedades particulares, chegando a 65% em áreas de grande porte (mais de 1,5 mil hectares).
A concentração do desmatamento em poucas propriedades rurais também impressiona: menos de 2 mil imóveis rurais concentraram toda a área de floresta desmatada no estado.
O Mato Grosso foi o 2º estado com maior nível de desmatamento no último ano, com mais de 1,7 mil km2 de floresta destruídos (16% do total), atrás apenas do Pará (5,1 mil km2).
A análise do ICV foi matéria da Folha e do G1.
Em tempo: Dados do MapBiomas Fogo mostraram que os imóveis rurais e assentamentos concentraram a maior parte (66%) das áreas de terra queimada no Brasil entre 2000 e 2019, à frente de áreas protegidas (18%) e de áreas públicas destinadas (2,5%) e não destinadas (13,7%). Na análise por tipo de uso da terra, o mapeamento indicou que as áreas de pastagens responderam por 22,4% dos terrenos queimados nas últimas duas décadas, enquanto as áreas com agricultura representaram 8,3%. Os 68% restantes se deram em áreas de vegetação nativa. O Valor deu mais detalhes.
