O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) conquistou mais uma área para criação de assentamento em Crateús, no Sertão do Ceará.
Por Pedro Neto, da Página do MST
As Famílias Sem Terra das comunidades de Cabaças e Besouro realizaram no mês de abril de 2014, a ocupação de terra nas proximidades do Lago de Fronteiras, com o objetivo de conseguirem uma área para trabalhar, no primeiro momento a negociação foi realizada junto ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), já que as famílias são atingidas pelo o Lago de Fronteiras. O DNOCS, porém, não resolveu os problemas das famílias, alegando não haver amparo jurídico para adquirir áreas para assentamentos na região.
Não havendo possibilidades de adquirir uma área pelo DNOCS, o MST levou a pauta de reivindicação das famílias acampadas para o Governo do Estado, que assumiu o compromisso de adquirir a área.
Após realizar vistoria do imóvel, o Governo do Estado do Ceará, através do Instituto de Terra do estado do Ceará (IDACE) comprou, na última sexta-feira (08), a Fazenda Besouro para atender a reivindicação das famílias.
Nos próximos dias acontecerá, de forma oficial, o repasse da área para as famílias através do Ato de Imissão de Posse.
A antiga Fazenda Besouro passará a ser chamada de Assentamento Terra Conquistada, o nome foi discutido pelas futuras famílias assentadas na área. “Foram seis anos de muitas lutas, resistência, com a esperança e o sonho de conquistar um pedaço de terra para trabalhar”, destacou Evangelista, um dos Sem Terra acampados.
João Paulo Alves, dirigente do MST na região, destacou a importância da conquista e agradeceu o apoio e solidariedade dos movimentos sociais de Crateús durante a ocupação. O dirigente destacou ainda que o MST vai continuar no território lutando contra toda forma de opressão e violações que acontecem com a população atingida pela barragem do Lago de Fronteiras.
Para Creunice Bezerra, militante do MST em Crateús, a conquista vai fortalecer a luta pela Reforma Agrária Popular na região. “Vamos continuar organizando os camponeses e camponesas desse território para que todas e todos possam ter terra para trabalhar, inclusive reafirmamos o compromisso com os demais acampamentos de continuar pautando junto ao governo a compra de outras áreas para resolver a situação dos demais acampamentos.”
*Editado por Gustavo Marinho
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Imagem: Bandeira do MST. Imagem: Agência Brasil.