Live – Rubens Paiva: 50 anos do seu assassinato

Por Núcleo Memória

No próximo dia 20 de janeiro, completam-se 50 anos do assassinato do engenheiro e deputado federal Rubens Beyrodt Paiva. Nessa data, o Núcleo de Preservação da Memória Política, em parceria com o Instituto Vladimir Herzog e  a Comissão Arns de Direitos Humanos, realizarão um ato virtual de homenagem à pessoa de Rubens Paiva , um dos símbolos mais emblemáticos das arbitrariedades e violações contra os Direitos Humanos perpetrados pela ditadura civil-militar.

Esta nossa live terá também o significado de lembrarmos para não esquecermos e para que atos como este nunca mais aconteçam.
A história da coragem de Rubens Paiva frente aos seus assassinos está simbolizada em monumentos, nomes de escolas, exposições e filmes e nos leva ao comprometimento por lutar por políticas públicas que valorizem os marcos de memória espalhados por todo o país.

A homenagem será por meio do Facebook e YouTube do Núcleo Memória e do Instituto Vladimir Herzog na quarta-feira, dia 20 de janeiro, a partir das 19 horas.

Teremos nesta homenagem as presenças de:
1- Felipe Alencastro: Historiador, membro da Comissão Arns de DH
2- Belisario dos Santos Junior: Advogado, membro da Comissão Arns de DH e do Conselho do Núcleo Memória
3- Adriano Diogo: ex-deputado estadual e ex-presidente da comissão da Verdade Rubens Paiva
4- Ivo Herzog: Presidente do Conselho do Instituto Vladimir Herzog
5- José Luiz Baeta: Comitê Popular Verdade, Memoria e Justiça (Santos/SP)
6- Wladimir Sachetta: Historiador e Jornalista
7- Vera Paiva e Francisco Paiva (filha e neto de Rubens Paiva)

Introdução e mediação de Oswaldo de Oliveira Santos Jr (diretor do Núcleo Memória)

RUBENS PAIVA (breve biografia)

Nasceu na cidade de Santos em 26 de dezembro de 1929. Engenheiro formado pela Universidade Mackenzie (SP), Rubens foi militante estudantil, presidente do centro acadêmico Horácio Lane (CAHL) e vice-presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo.Em outubro de 1962, foi eleito deputado federal por São Paulo na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), o mesmo do então presidente João Goulart. Na condição de deputado integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na Câmara dos Deputados para examinar as atividades do IPES-IBAD (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais – Instituto Brasileiro de Ação Democrática).

Em 1º de abril de 1964, quando o Exército Brasileiro tomou o Congresso Nacional, consumando o Golpe que derrubou Jango, Paiva fez um importante discurso onde convocava estudantes e trabalhadores à resistência, tornando-se, já nesse momento, alvo dos militares golpistas. Foi cassado em uma das primeiras listas e, em consequência, se exilou na Iugoslávia e França, voltando um ano depois ao Rio de Janeiro.

Sua prisão ocorreu no dia 20 de janeiro de 1971, quando a polícia invadiu sua casa, mesmo sem mandato, e ordenou que fosse levado à delegacia. Sem resistência, Rubens Paiva acalmou os invasores e pediu que embainhassem as armas, se trocou e acompanhou os militares até o estacionamento. Paiva foi à delegacia dirigindo o próprio carro. Quando a família conseguiu recuperar o veículo, nas dependências dos policiais, foi provado que o engenheiro havia sido preso (fato negado duramente pela repressão).
Junto a Rubens, foram presas Eunice, sua esposa (por doze dias e Eliana, sua filha por um dia).

Da delegacia, Rubens foi transferido para o DOI-CODI, onde foi interrogado, torturado e assassinado por militares do regime.

Rubens Paiva se tornou símbolo da série de desaparecidos políticos que foram presos pelo governo e nunca mais voltaram, crime que era legitimado pelo AI-5. Assim como muitos militantes da oposição, seu corpo nunca foi encontrado. Sua esposa Eunice Paiva conseguiu só no ano de 1996, 21 anos após o desparecimento de seu esposo, a certidão de óbito declarando oficialmente a sua viuvez.

De acordo com a entrevista dada pelo coronel da reserva Paulo Malhães à Comissão Nacional da Verdade em 2012, foi por ele confirmada a versão da família de que Rubens Paiva foi torturado até a morte por agentes do Estado. Seu corpo teria sido jogado em um rio na serra fluminense.

Imagem: Álbum de família Eunice, Rubens Paiva, d. Ceci Paiva (mãe de Rubens), as filhas Eliana, Ana Lúcia, Beatriz e Marcelo

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