Desmatamento da Amazônia já fragiliza reservatórios

ClimaInfo

Depois de operar em estado de alerta em dezembro, o Sistema Cantareira registrou melhora significativa nos níveis de disponibilidade hídrica em janeiro, beneficiado pelas chuvas mais frequentes das últimas semanas. De 32,7% da capacidade, no mês passado, o nível do principal reservatório de água da Grande São Paulo saltou para 42,1%, de acordo com a Sabesp. No entanto, como o G1 destacou, a situação ainda preocupa: mesmo com as chuvas dos últimos dias, o volume de precipitação desta temporada de chuvas ainda está abaixo da média histórica. Para piorar, o Cantareira vem acumulando déficits sucessivos nos últimos anos. A CNN Brasil também repercutiu a notícia.

A situação do Cantareira é parecida com a de diversas bacias hidrográficas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e do Sul do Brasil: os níveis de água estão abaixo da média, o que também prejudica a geração das usinas hidrelétricas – como destacado aqui recentemente. Como Sérgio Guimarães (GT Infraestrutura) explicou no Climatempo, a diminuição da Floresta Amazônica, por conta do desmatamento, prejudica os padrões de umidade no centro do continente sul-americano, causando disrupção nos chamados “rios voadores” que levam a umidade da Amazônia para regiões mais ao sul. “Quanto mais destruirmos a floresta, mais o clima vai sofrer. Não é só o desmatamento anual que diminui os rios voadores, mas também o acumulado dos últimos anos”, alertou.

Em tempo: Depois de registrar uma queda acentuada no começo da 1ª onda da pandemia, entre março e abril de 2020, os índices de monóxido de carbono (CO), óxidos de nitrogênio (NOx) e material particulado em São Paulo tiveram aumento significativo ao longo do 2º semestre do ano passado. Como Thiago Amâncio ressaltou na Folha, em alguns períodos, a concentração desses poluentes superou os índices registrados em 2019, antes da pandemia.

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