Com apoio de igrejas, entidades e cidadãos, MPA quer levar o Projeto Esperança Campo e Cidade para mais regiões
Por Elaine Dal Gobbo, no Século Diário
Apesar de ser uma ideia que surgiu há pouco tempo, no final de dezembro de 2020, o projeto Esperança Campo e Cidade, do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), já está sendo colocado em prática em Água Doce do Norte, no norte do Estado. A iniciativa consiste em doar alimentos produzidos por agricultores familiares para pessoas de baixa renda do município. As doações tiveram início no último dia 13, beneficiando 11 famílias, relata a coordenadora do projeto, Luciene da Silva Rodrigues Erculino.
Tudo começou quando duas pessoas, que não querem se identificar, se prontificaram a fazer doações em dinheiro para o MPA, solicitando que o recurso fosse destinado à compra de alimentos dos agricultores familiares para que suas produções fossem destinadas a famílias carentes, recorda Luciene. Os beneficiados, selecionados pela Igreja Católica, igrejas evangélicas e Pestalozzi, receberão mensalmente uma cesta de cerca de 15 quilos de alimentos para que as pessoas possam complementar o que elas têm em casa. “Nessa cesta vai aquilo que a gente produz em tempo aqui na roça. A gente colhe o que tem da melhor qualidade, caprichado, com cuidado de ir um produto legal, e doa para essas famílias”, diz Luciene. Ela afirma que, apesar de o projeto ter como objetivo a complementação do alimento, para algumas famílias ele tem proporcionado praticamente a obtenção do alimento principal. Os financiadores do projeto irão doar o dinheiro mensalmente. Entretanto, o MPA busca novas parcerias para estender a iniciativa.
Assim, afirma Luciene, além de continuar beneficiando as famílias já assistidas, será possível também incorporar mais beneficiados. Outra vantagem da obtenção de novas parcerias seria aumentar o número de produtores rurais que poderiam dar vasão à sua produção. Luciene destaca que, para atingir esses objetivos, também está sendo realizado o projeto Cesta Cheia. Por meio dele, os alimentos estão sendo destinados à venda para quem pode pagar. Assim, parte do dinheiro vai para o agricultor e outra parte para o Esperança Campo e Cidade.
“Na Cesta Cheia um ajuda o outro. Quem compra ajudaria os agricultores, ajudaria o projeto e seria ajudado por ter um produto de qualidade”, diz a coordenadora. O MPA também está pensando em outras ações dentro do Esperança Campo e Cidade. Uma delas é a realização, em março, de uma oficina de aproveitamento de alimentos. A outra, que ainda não está definida como será, terá como foco as crianças das famílias beneficiadas, que, segundo Luciene, são cerca de 30. Porém, esta última vai depender do desenrolar da pandemia da Covid-19.