Bolsonaro gastou mais de R$ 2,3 milhões em férias, em plena pandemia

Entre dezembro e janeiro, presidente, família e comitiva passearam pelo litoral de SP e SC, consumindo milhões de dinheiro público em transporte, diárias e entretenimento. Deputado do PSB vai pedir investigação ao TCU.

Na DW

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, gastou mais de 2,3 milhões de reais em férias no litoral do país, entre dezembro e janeiro, em plena pandemia, informou um deputado federal.

Os documentos que comprovam os gastos entre 18 de dezembro e 5 de janeiro últimos, foram enviados a Elias Vaz, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) pelos ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, atendendo a um pedido de informação oficial pelo parlamentar.

Os dados foram posteriormente encaminhados por Vaz à imprensa e partilhados nas redes sociais. O deputado de Goiás classificou os valores gastos pelo presidente e sua comitiva, em plena pandemia de covid-19, como “um tapa na cara do brasileiro”.

Nessas férias, Bolsonaro passeou pelas regiões litorais de São Paulo e de Santa Catarina. De acordo com as informações da Secretaria-Geral da Presidência, foram gastos 1,19 milhão de reais em despesas com a hospedagem do mandatário, sua família, convidados e toda a equipe de profissionais, incluindo alimentação e bebidas para todos, entretenimento e locomoção terrestre ou aquática.

“Enquanto falta comida no prato dos cidadãos”

Por sua vez, o GSI, responsável pela segurança presidencial, registrou 1 milhão de reais para transporte em aeronaves da Força Aérea Brasileira para eventos privados de Bolsonaro neste período, somando manutenção e combustível. Em sua declaração, a pasta frisou que esses gastos estão previstos no orçamento anual da Aeronáutica. Foram também calculadas despesas de 202 mil reais em passagens aéreas e diárias de integrantes da secretaria de segurança e coordenação presidencial.

“Numa situação normal, esse gasto já seria um absurdo. Agora, numa situação onde nós tínhamos quase 200 mil mortes [devido à covid-19] naquele período, o fim do auxílio de emergência e a alegada falta de recursos… Nós tínhamos, bem claramente, uma crise sanitária e econômica, e ele sai de férias. Já não é uma situação compreensível o presidente sair de férias num momento desse, e ainda gastou esse dinheiro. É uma afronta ao povo brasileiro”, disse Elias Vaz.

O deputado informou que vai pedir ao Tribunal de Contas da União (TCU) que investigue os gastos do chefe de Estado: “Quando o Brasil registrava quase 200 mil mortes, o presidente torrava o dinheiro do povo com passeios. Enquanto isso, falta comida no prato de milhares de cidadãos atingidos em cheio pela crise.”

Atravessando o momento mais crítico na pandemia, o Brasil computou nesta quinta-feira quase 3.800 óbitos por covid-19 em 24 horas, totalizando assim 325.284 mortes nos 12.839.844 diagnósticos de infecção desde o primeiro caso registrado no país, há cerca de 13 meses.

av (Lusa,ots)

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

five + 4 =