Em 1999, Vilmar Sidnei Demamam Berna recebeu o Prêmio Global 500 da ONU, maior reconhecimento das Nações Unidas aos que defendem o meio ambiente no mundo.
Por G1 Rio
O jornalista, escritor e ambientalista Vilmar Sidnei Demamam Berna morreu nesta sexta-feira (2), aos 64 anos, no Rio de Janeiro. Segundo familiares, Vilmar teve pneumonia grave. Nascido em outubro de 1956, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Vilmar morava em Jurujuba, em Niterói, na Região Metopolitana do Rio.
Vilmar participou da fundação de várias organizações da sociedade civil dedicadas às lutas ambientais, entre as quais se destacam a Univerde, em 1980, em São Gonçalo; os Defensores da Terra, em 1984, na cidade do Rio de Janeiro; e a Rede Brasileira de Informação Ambiental (REBIA), em Niterói.
Em uma de suas redes sociais, o deputado Carlos Minc (PSB) lamentou a morte de Vilmar e lembrou alguns dos trabalhos do ambientalista.
“Vilmar dedicou a vida à ecologia. Trabalhou 8 anos no nosso mandato. Foi por 6 anos presidente da Associação Defensores da Terra. Escreveu 18 livros ecológicos e foi editor de jornal sustentável Defensor da Natureza. Muita tristeza. Abraços sentidos e solidários à família”, escreveu Minc.
O prefeito de Niterói, Axel Grael (PDT), também fez questão de prestar uma homenagem a Vilmar.
“Quero expressar aqui a minha tristeza com a notícia da partida do Vilmar Berna. Ele sempre fez parte da minha trajetória como ambientalista. Obrigado Vilmar. Que siga em frente, agora em lutas mais elevadas. Aos familiares, meu carinho e solidariedade”, postou Axel.
“Perder o Vilmar significa para mim a perda de um companheiro de caminhada. Para o movimento ambientalista é a perda de um militante de primeira hora, um nome que alcançou projeção regional, nacional e mesmo internacional, com o Prêmio Global 500. Mas, a luta ambientalista pressupõe perseverança e resiliência. E o Vilmar continuará a nos inspirar e a motivar a seguir em frente”, completou o prefeito de Niterói.
Reconhecimento internacional
Muito reconhecido por seu trabalho como ambientalista, Vilmar tornou-se, em 1999, um dos brasileiros a receber o Prêmio Global 500 da ONU.
O prêmio foi entregue no Japão, pelo então imperador Akihito. Na ocasião, o protocolo da cerimônia impedia que os premiados falassem com o imperador japonês. Contudo, diplomatas presentes no evento contam que, após receber o prêmio, Vilmar fez um discurso sobre a política japonesa de caça às baleias.
A organização do evento tentou interromper a fala de Vilmar, mas o próprio imperador pediu que continuasse e chamou seu interprete. Ao final, o imperador disse que iria se informar sobre os dados e conversar com seu primeiro ministro.
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Jornalista e ambientalista Vilmar Berna morre aos 64 anos vítima da Covid — Foto: Reprodução blog pessoal
Enviada para Combate Racismo Ambiental por Amyra El Khalili
Tive o privilégio de trabalhar com ele no Grupo Coquetel, da Ediouro, durante nossos vinte e poucos anos de vida. Sempre uma mente brilhante. Nos reencontramos, no fim dos anos oitenta, na Editora Record. Minhas condolências à família e amigos. Valeu, querido “Broinha”, apelido dado carinhosamente por nós!!!
Prof. e Mestre em Educação – Francisco Cardoso Botelho Júnior, o amigo Chico